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Bloco de Esquerda defende fim dos contratos precários na hotelaria

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Os candidatos do Bloco de Esquerda (BE) pelo círculo eleitoral da Madeira abordaram hoje a precariedade na hotelaria, "sector onde existe o maior número de precários na Região", apontou Luísa Santos.

A cabeça-de-lista alertou para os "inúmeros abusos que sempre se fez ao trabalhador da hotelaria e que a pandemia denunciou", recordando que "foi o próprio sindicado de hotelaria a afirmar que as entidades patronais não querem trabalhadores, o que querem é escravos para aumentar os seus lucros".

Luísa Santos observa que há patrões que "obrigam os trabalhadores a trabalhar 10 e 12 horas por dia em dias de descanso e feriados sem pagamento", denunciando ainda "a pressão que, neste momento, está a ser feita junto de muitos profissionais para não cumprirem com os dias confinamento, em caso de contacto com um positivo".

Todos nós sabemos que os trabalhadores da hotelaria têm vidas difíceis. Para além da sua situação de precariedade, têm maus horários, muitos trabalham quando os filhos estão em casa e descansam quando os filhos estão na escola, e nunca foram valorizados por isso. Faz parte da profissão, é o que ouvem.

A candidata referiu ainda que, "no ano passado, alguns donos de hotéis reclamaram da falta de pessoal e aí ponderaram mexer nos vencimentos", mas afirma não ter conhecimento de "aumentos fora do normal". 

"Neste momento, o cenário que temos na hotelaria é maus ordenados para os que estão a contrato (a maioria recebe o ordenado mínimo), e um grande número de trabalhadores em situação de precariedade: recibos verdes; estágios; programas de emprego, outsourcing, ou seja contratados através de empresas de trabalho temporário (precariedade para ser mais barato)", vincou.

O Bloco de Esquerda defende que, "se a hotelaria é o sector que traz a maior receita financeira da Madeira, é obrigatório investir em quem garante o seu funcionamento, os seus trabalhadores" e "alterar esta 'legalidade na precariedade' combatendo o abuso destas empresas de outsourcing que promovem a precariedade em prol do lucro".

Garantir as 35 horas semanais para o trabalhadores da hotelaria é outra das reivindicações do Bloco para este sector.

Luísa Santos reforçou que é necessário "agir agora antes que os nossos jovens optem por emigrar, como muitos já fizeram," e que "só um novo ciclo à esquerda pode permitir isto".