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BE alerta para precariedade dos trabalhadores da cultura na Madeira

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Com vínculo laboral precário, mal pagos e com necessidade de fazer vários trabalhos para sobreviver. Foi este o perfil que a candidatura do Bloco de Esquerda fez hoje dos trabalhadores do sector da cultura, num dia de campanha dedicado a este sector.

Uma nota de imprensa da candidatura cita a candidata Carina Quintal, porta-voz da iniciativa, que referiu que o Bloco de Esquerda “há muito que defende o aumento das transferências do Estado para o sector da cultura e esteve, desde sempre, ao lado da Cultura”, recordando que "este foi um dos sectores mais afetados pela pandemia". "Com todas as medidas sanitárias que condicionaram, encerraram e continuam até ao dia de hoje a condicionar todas as actividades culturais, os artistas foram todos, sem excepção, os mais prejudicados, ficando sem trabalho e praticamente sem quaisquer apoios financeiros por parte do Estado. Com eles também um vasto número de técnicos de apoio aos espectáculos viram as suas vidas em suspenso", lembrou a candidata.

Face ao impacto que a pandemia teve no sector, o BE entende que há que avaliar como vivem os artistas no nosso país e na nossa Região. "Sabemos que, na sua maioria, são trabalhadores precários, vítimas do falso trabalho autónomo, os recibos verdes, os chamados trabalhadores independentes. Ou seja, com ou sem pandemia, são os desprotegidos de todo um país que diz valorizar a Cultura mas na realidade não o faz nem o pratica", declarou Carina Quintal. A candidata sublinhou que, na Região, "os artistas são pessoas que trabalham muito, muitas vezes de sol a sol, pois com a profissão de ‘artista’ são poucos os que conseguem sobreviver”. Na sua grande maioria “são obrigados a ter mais um ou dois trabalhos para conseguirem alguma estabilidade financeira e de vida”. A este respeito, denunciou na hotelaria madeirense que, no geral, recusa-se um contrato escrito aos profissionais de entretenimento que todos os dias estão nos hotéis com espectáculos para os turistas. "Estes profissionais não têm garantias de trabalho, não são respeitados nem valorizados nas funções que desempenham. Isso é uma realidade de há muitos anos que urge combater", acrescentou.

A candidatura do Bloco de Esquerda afirma que não esquece a importância e o contributo da Cultura para o desenvolvimento social do país e defende todos os profissionais do sector. Nesse sentido, prometeu continuar lutar pelos direitos destes profissionais e apresentou mais de 30 propostas nesse sentido. A título de exemplo, o BE reivindica a alteração do estatuto dos profissionais da Cultura, bem como a vinculação dos trabalhadores precários dos organismos públicos e a autonomia de contratação. Em vez de 0,6% de investimento que se fez pela Cultura em 2021, Carina Quinta sugeriu que se aumente gradualmente esse investimento.