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Começar bem, exigir mais e melhor

A necessidade de majoração do seu orçamento continua a ser uma condição sine qua non para a consecução do projeto universitário

Este início de ano vem acompanhado de contextos e circunstâncias deveras preocupantes para todos nós. Embora no começo de um novo ano, as mensagens predominantes sejam mensagens de incentivo à felicidade, à concretização de projetos e à saúde, acontece, porém, que o ano de 2022 nasce sob o signo da incerteza e de ameaças de vária ordem.

Se bem que não devamos sucumbir à tentação de pensar que nada está bem, é necessário fazer uma reflexão que nos envolva na capacidade de encontrar soluções para as dificuldades que se nos apresentam a cada momento. Esse caminho, de cariz eminentemente realista, é o mais conveniente para nos munirmos das informações sobre o que nos rodeia e para, depois, tomar as decisões acertadas.

Esta introdução vem a propósito do facto de assinalar que, no que respeita à nossa Universidade, existem processos cuja resolução nos tem deixado numa expectativa cada vez mais exasperante.

Todos sabemos que o projeto universitário que foi pensado após a instauração das autonomias da Madeira e dos Açores teve em ambos os arquipélagos soluções diferentes, embora, na essência, centradas na rápida formação superior de recursos humanos, no estabelecimento de estruturas avançadas de investigação, desenvolvimento e inovação, e, por via destes instrumentos, na contribuição para o desenvolvimento socioeconómico, cultural e científico das Regiões Autónomas.

Ao logo dos anos, como é bastamente consabido, as Universidades da Madeira e dos Açores contribuíram para esse fim, mas lutaram sempre com parcos recursos para poderem responder ao que delas se esperava. Muito do que foi feito ao nível da formação, da investigação e da cultura deveu-se às condições que foram disponibilizadas, mas resultaram também do esforço de todos em otimizar esses recursos.

Sei igualmente que os membros das duas universidades insulares não esmoreceram no propósito de quererem ser melhores. Sei ainda que sentem que têm direito a mais condições para que as suas academias atinjam melhores performances e sejam cotadas em patamares mais ambiciosos.

No caso da Universidade da Madeira, a necessidade de majoração do seu orçamento continua a ser uma condição sine qua non para a consecução do projeto universitário que nos compromete a todos. Investir no conhecimento, através do projeto universitário, é investir num programa de desenvolvimento global e integrado da Região.

Termino como comecei. No início de um novo ano, as mensagens de felicitações coincidem com um sem número de preocupações. Acredito, no entanto, que a nossa persistência em superar as dificuldades e em acreditar na justeza das nossas pretensões, pode, efetivamente, levar a que os decisores façam desta luta a luta de todos.

Renovo os desejos de um feliz ano de 2022, com resiliência, sucessos e felicidades.