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Portugal estreia-se no Euro'2022 com a 'velha conhecida' Islândia

Fotos FAP
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Campeonato da Europa de andebol masculina disputa-se entre 13 a 30 de Janeiro na Hungria e Eslováquia.

A seleção portuguesa de andebol inicia na sexta-feira a participação no Euro2022 frente à Islândia, em Budapeste, naquela que será a sétima presença na prova e quarta consecutiva em grandes competições.

A atravessar um período de sonho para a modalidade em apenas dois anos, Portugal junta a presença no Euro2022 às do Euro2020 (sexto lugar), Mundial2021 (10.º) e Jogos Olímpicos Tóquio2020 (nono), adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19.

Portugal cumpre a sua sétima presença em fases finais de campeonatos da Europa, que teve como ponto alto o sexto lugar em 2020, melhor classificação de sempre, em que dobrou, com quatro triunfos, entre os quais a maior goleada infligida à Suécia em grandes competições (35-25), o número de vitórias até então alcançadas nas cinco presenças anteriores.

Em 2020, após uma ausência de 14 anos, a seleção lusa surpreendeu a França (28-25), no primeiro jogo, e assegurou a passagem à 'main round' (fase principal) com um triunfo frente à Bósnia-Herzegovina (27-24) e uma derrota com a Noruega (34-28).

Na fase principal, Portugal surpreendeu o mundo do andebol ao somar novo triunfo histórico frente à Suécia (35-25) e vitória sobre a Hungria (34-26), mas as derrotas com a Islândia (28-25) e a Eslovénia (28-24) ditaram o afastamento das meias-finais e remeteram a equipa para a luta pelo quinto lugar.

Na disputa pelo quinto posto do Euro2020, que terminou com a vitória da Espanha, que renovou o titulo de 2018 na final com a Croácia (22-20), a Alemanha venceu Portugal por dois golos (29-27).

No Euro2022, Portugal está inserido no grupo B, com sede em Budapeste, juntamente com a Islândia (que defronta na sexta-feira), a anfitriã Hungria (domingo) e os Países Baixos (18 de janeiro), sendo que os dois primeiros passam à 'main round' (fase principal).

Sem sete jogadores que estiveram no Euro2020, dos quais Pedro Portela, André Gomes, Luís Frade e João Ferraz por lesão, a seleção portuguesa, a superar alguns casos de covid-19 que impediram a normal preparação, está obrigada à perfeição em Budapeste.

Portugal tem recordações recentes positivas em relação aos confrontos com a anfitriã Hungria, nomeadamente a vitória por 34-26 na caminhada de há dois anos para o sexto lugar, e consequente apuramento para o torneio pré-olímpico.

Já os encontros com a Islândia têm sido recorrentes, dado que foi um dos adversários de Portugal na segunda fase de qualificação para o Euro2022, tendo nos últimos quatro embates as duas seleções repartido os triunfos.

No Euro2020, a seleção portuguesa perdeu com a Islândia no 'main round' por 28-25, hipotecando a hipótese de passar às meias-finais, e no Mundial2021, no Egito, venceu por 25-23 no emotivo jogo de estreia para ambos os conjuntos.

Mais recentemente, no grupo 4 da segunda fase de qualificação para o Euro2022, a seleção das 'quinas' venceu em casa, por 26-24, e perdeu fora por um desequilibrado 32-23.

Os adversários de Portugal rumo à 'main round', que é o primeiro objetivo traçado pelo selecionador luso Paulo Pereira, no comando da seleção desde 2016, vão além da Islândia e da anfitriã Hungria, uma vez que a seleção dos Países Baixos, com jogadores em equipas de topo, pode surpreender.

O Euro2022 decorre de quinta-feira a 30 de janeiro, na Hungria e na Eslováquia, sendo que a primeira fase apura os dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos de qualificação para a ronda principal, que ditará os semifinalistas.

Paulo Pereira considera "difícil, mas não impossível", repetir sexto lugar

O selecionador de Portugal de andebol, Paulo Pereira, considerou hoje "difícil, mas não impossível", repetir ou superar no Euro2022 o histórico sexto lugar de há dois anos, muito por culpa de lesões e da covid-19.

"Eu sei bem como nos preparámos [para o Euro2020], fisicamente, taticamente e estrategicamente, e até agora não temos conseguido fazer nada disso, nem 10 por cento, muito longe do que fizemos em 2020", disse à agência Lusa Paulo Pereira.

Sem poder contar com os lesionados André Gomes, Luís Frade, Pedro Portela e João Ferraz, Paulo Pereira viu ainda a preparação para o Euro2022, a decorrer de quinta-feira a 30 de janeiro na Hungria e na Eslováquia, condicionada por vários casos de covid-19.

"A preparação para este Europeu foi extremamente complicada. Nunca me tinha acontecido igual desde que exerço esta atividade. Tivemos que proceder a adaptações constantes e cada dia era uma coisa nova", adianta o selecionador.

Sem nunca ter podido contar com todos os convocados nos estágios preparatórios, a seleção portuguesa teve ainda de desistir do torneio suíço Yellow Cup, que viria a ser cancelado, e que constituía a última oportunidade para aferir da sua condição competitiva antes do campeonato da Europa.

"Vamos ver como vamos chegar a este Europeu, mas a preparação tem sido muito difícil, com a covid-19, não só com as infeções, mas com a gestão dos contactos de risco, e as lesões, que obrigaram a uma série de reajustamentos", disse Paulo Pereira.

O selecionador nacional deposita alguma esperança na capacidade de superação da seleção, como já aconteceu em momentos anteriores, mas reconhece que até isso "tem um limite".

"Espero que continuemos a fazer bastante melhor do que teoricamente podíamos fazer, mas as coisas são como são e dificilmente as podemos mudar", considerou Paulo Pereira, acrescentando que "isto está um pouco caótico por todo o lado".

O selecionador pede ainda uma "pontinha de sorte" e chegar ao primeiro jogo com a Islândia, na sexta-feira, que considerou fundamental, dado que é um adversário direto na luta pela passagem à fase principal, "com todo o grupo disponível".

"O principal objetivo é passar ao 'main round' [fase principal]. A Islândia é um candidato a passar ao 'main round' e este grupo [com a anfitriã Hungria e os Países Baixos] vai ser muito equilibrado", admitiu o selecionador luso.

De acordo com Paulo Pereira, a seleção portuguesa tem que "fazer tudo bem feito" e "ser o mais objetiva possível, ou seja, fazer com que o menos, neste caso os treinos, a preparação e a planificação, sejam transformados em mais, para potenciar a equipa".

A passagem à fase principal do Euro2022, ao alcance dos dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos, garante ainda a 12 seleções a isenção de disputar o primeiro 'play-off' de apuramento para o Mundial de 2023.

"E, se nós nos classificarmos para o Mundial [de 2023], ficamos com o recorde de apuramento para grandes competições consecutivas [depois de Euro2020, Mundial2021, Jogos Olímpicos de 2020, em 2021, e Euro2022]", assegura Paulo Pereira.