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Presidente do Brasil diz que Forças Armadas não obedecerão a ordens absurdas

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Foto EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou esta segunda-feira que as Forças Armadas do país não cumpririam "uma ordem absurda" dada por si, numa cerimónia em comemoração aos mil dias de seu Governo, no Palácio do Planalto, em Brasília.

"As Forças Armadas estão aqui. Elas estão ao meu comando, sim, ao meu comando. Se eu der uma ordem absurda, elas vão cumprir? Não. Nem a mim nem a Governo nenhum. E as Forças Armadas têm que ser tratadas com respeito", disse o Presidente brasileiro.

O chefe de Estado, saudoso defensor do período em que o país viveu uma ditadura militar (1964-1985) e que já foi acusado de desejar um golpe de Estado, devido a declarações polémicas que dá sobre a submissão das Forças Armadas ao seu Governo, e às críticas que faz a instituições do país, fez um breve balanço da sua gestão.

Jair Bolsonaro também dedicou parte de seu discurso às eleições presidenciais marcadas para 02 de outubro de 2022, para as quais todas as sondagens apontam como favorito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Quem esquece o passado está condenado a não ter futuro" e "não pense que certas coisas que acontecem com nossos vizinhos não possam acontecer connosco", declarou o Presidente brasileiro, para apontar que nas eleições de 2022 o Brasil corre o risco de "continuar o caminho de outros países da América do Sul" como a Venezuela.

"Quem teria imaginado há alguns anos que a riquíssima Venezuela seria como é hoje", apontou Bolsonaro, garantindo que "o destino do Brasil passa por quem os cidadãos decidem" que deve pilotar o país.

O chefe de Estado lamentou o debate eleitoral precoce em que o país está imerso, colocou a sua candidatura em causa e fez alusão às sondagens que refletem uma queda acentuada de sua popularidade.

"Temos mil dias sem corrupção. Obviamente [a corrupção] não foi eliminada, mas se houver, tomaremos as medidas necessárias", afirmou Bolsonaro.

O Presidente brasileiro, que tem ex-auxiliares do Governo e seus filhos investigados por desvio de dinheiro público e outros atos ilícitos, concluiu afirmando que seu Governo não tolera corrupção e tem "melhorado muito" o combate a essas práticas ilegais.