Pedro Calado acaba de anunciar que a sua candidatura à Câmara Municipal do Funchal (CMF) vai apresentar uma queixa na Comissão Nacional de Eleições (CNE), contra António Costa e o PS, por "uso abusivo de meios financeiros do Estado e da União Europeia", na campanha eleitoral autárquica.

Em causa está o anúncio repetido, no continente e previsível na Madeira, de dinheiro do PRR, para investimentos onde o PS ganhar eleições. António Costa "vem anunciar verbas, dar a entender que são partidárias".

Calado lamentou que esse comportamento tenha a "conivência" do seu adversário Miguel Silva Gouveia e do PS-Madeira. 

O candidato do PSD também interpreta a vinda do secretário-geral do PS e primeiro-ministro como um sinal de que o seu adversário "pensa que sozinho não chega lá".

Mas, a vinda de António Costa, na leitura de Calado, também significa que os socialistas e respectiva candidatura à CMF são solidários "com a atitude colonialista" de Costa. O candidato do Funchal Sempre à Frente concretiza com o processo de financiamento do novo Hospital Central da Madeira, com os juros do PAEF, que custaram mais 60 milhões de euros do que deveria, com o tratamento que a TAP dá à ilha do Porto Santo, com a insuficiente regulamentação do subsídio de mobilidade e, não menos importante, com a questão do Ferry, que deveria ser todo o ano. "Nunca saiu do cais em Lisboa".

Pedro Calado falou mesmo em "pouca-vergonha" por parte de António Costa e, no caso da vinda de hoje à Madeira, de uma "instrumentalização da CMF".

Sobre a eficácia da queixa à CNE, em vésperas de eleições, Pedro Calado diz que deve ser apresentada, se por mais não for, para que "a população saiba quem  está a defraudar os interesses dos funchalenses".

"Não podemos deixar passar sem dar um murro em cima da mesa". As verbas que têm vindo a ser referidas, do PRR, são dos estados-membros da União Europeia e as atribuídas à Região são decididas por esta e não pelo Governo da República.