Médico de família?

“Centro de saúde” é, por definição, a unidade básica do SNS para atender e prestar cuidados à população, deve ser a primeira porta a que se recorre quando os cuidados médicos são necessários. Na Ponta do Sol, terra onde nasci e fui criada, o tempo de espera entre exames e consultas faz com que o centro de saúde seja um estabelecimento que deixarei de frequentar.

No dia 21 de julho realizei os exames recomendados pelo meu médico de família e iria apresentar o resultado desses mesmos exames numa consulta já agendada previamente para dia 3 de setembro, o que já era um grande intervalo entre exame-consulta porém estava disposta a esperar. Eis que no dia exatamente antes da minha consulta, ou seja, dia 1 de setembro, recebo uma chamada a reportar que a consulta teria sido adiada, mas desta vez para dia 3 de dezembro.

Quer dizer que, entre fazer os exames e estes serem analisados por um especialista, iria esperar 5 meses, será que esta situação é admissível? Será que os outros utentes, assim como eu, que sou uma doente de risco, até com histórico oncológico, têm todo este tempo disponível para esperar por uma consulta? Muito provavelmente depois de tantos meses passados já serão precisos novos exames, para nem salientar a possibilidade de que posso ter algum problema que foi detectado e que só saberei quase meio ano depois.

Esta instituição devia estar diariamente pronta a atender as necessidades de todos os utentes do concelho, com rapidez. Não deveriam ser os pontassolenses a lidar com as consequências da falta de profissionais de saúde.

Maria Gomes