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Bom mesmo seria aumentar a fasquia e, consequentemente, a margem de segurança sanitária

Manhã de segunda-feira (ainda de agosto) e um cacimbo que não é costume nesta estação. Leio (amiúde entre vírgulas), na comunicação social e na rede social, a peleja política, não sem agonia de que baixar o santo do bem passe pela melhor repartição do pão e da palavra. Sobrando a cantoria (de canto e contracanto) e a sede de vinho (logo cedo neste decantar reacionário), a entornar a preciosa água, labutação dos cromos de sempre. Que a Nação possa pensar sobre si mesma nesta estação. Soberana...e criticamente!

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Grande efervescência política, com sete candidatos à Presidência da República de Cabo Verde, oficializados junto ao Tribunal Constitucional. A par disso, uma sensação de carnaval fora de época, quiçá marca indelével dos publicitários ora em serviço. Precisávamos afinal pensar crítica e estrategicamente (em verdade, com as nossas próprias cabeças e na ponta do lápis). Ao arrenego deste fazer importado e alienado, deste retrato burlesco a engrossar o anedotário geral. Ainda bem que chove...

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Deixemo-nos de complacência. Sabemos (e concordamos) que “sem vacina seria a tragédia”. Na verdade, já é uma tragédia, mas, como em tudo, quando pensávamos que nada poderia piorar isto, aparece-nos uma barata!

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De Cabo Verde. Bom mesmo seria aumentar a fasquia e, consequentemente, a margem de segurança sanitária, transpondo (a custos que tiver de ser) a boa meta da vacinação em 70%. Parece exequível tornarmo-nos um “showcase” em África (e arredores) de país 100% imunizado. Isso, sim, seria excelência e fator efetivo do desenvolvimento.

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O cidadão, digno da Polis, não abre mão do seu tempo e do seu lugar. Com os pés fincados no chão, mas a cabeça antenada na modernidade, ele precisa aumentar o volume das suas liberdades civis e afinar a frequência das suas demandas sociais. Sobretudo, mais consciência de si e do mundo.

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Só assim teríamos o país a sonhar-se insular, cosmopolita e desenvolvido; a nação diaspórica a assumir-se grande e efetivamente integrada. Ousemos a Democracia (como manual para lúcidos...). Para além deste intermitente dividir para reinar e, desse andor, o Leviatã a gozar connosco.

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Um bálsamo - o aquiescer da aurora, o sol leve no rosto e o café a fumegar. A artesania de costurar textos; a sintaxe a rendilhar-se para uma aula aberta. Labora-se cedo, ainda de só pássaros no quintal, está visto. Este dia (coisa para demiurgos) nos seus primeiros rebentos de inteireza...