Barco vai cheio, mas pode voltar a ir vazio

- Nós vamos vivendo e aprendendo. Ao tempo que ele é nosso presidente e só agora se soube que o senhor Miguel Albuquerque era médico.

- Deves estar equivocado, segundo consta é advogado.

- Não, não, deve ter também uma qualquer formação em medicina. Ele é quem manda nas vacinas!

Basta ele falar e põe toda a gente a andar.

Olha o que aconteceu com a vacinação dos adolescentes. Não se pôs à espera do que dissessem lá do continente.

- Pudera, tudo o que ele diz ou faz dão-lhe para trás. Lisboa, é “um barco sem arrais”!

Agora “meteram” para lá um Vice- Almirante nessa questão das vacinas e já vai havendo uma certa ordem, outra coordenação, alguma disciplina.

Mas houve tempo que o que se dizia na sexta-feira já não se confirmava no sábado, era uma confusão elevada do diabo.

Esta maldita pandemia - para te dizer a verdade - bem pois à amostra as nossas confrangedoras fragilidades.

- Talvez pôr à amostra não seja o termo ideal, pois o País só estava bem aos olhos dos que acreditavam no Pai-Natal.

- E dos beneficiados e espertos que lhes convinha dizer que este país era um “céu aberto”!

- Exatamente. E quem diz isso já não é assim tão pouca gente…se bem que, os explorados, marginalizados e penalizados são em número cada vez mais elevado.

- Mas voltando ao nosso presidente de cá e em relação às atitudes tomadas contra os “senhores de lá” no que respeita à pandemia que afeta o País e, consequentemente, a nossa Região, todos nós temos que lhe dar razão, mas já em relação aos “meninos desordeiros” do Porto Santo, achamo-lo demasiadamente brando.

- Pois, é porque esses “mimados meninos” não têm estes comportamentos só em época de pandemia, só que não se atua devidamente porque alguns deles pertencem a uma, digamos, determinada burguesia.

-Pois, e a razão aí está de não se mandar a BIR para lá.

- Quanto a mim, presumo que sim. Não se a manda porque podem impor disciplina a mais, mas também não se chama a contas certas “mamães e certos papás”, o que nos leva a concluir que… para o ano há mais!

- Claro. E, entretanto, neste descalabro, vão aparecendo culpados a se fazerem de inocentes, e os verdadeiramente inocentes a pagarem como se fossem culpados.

- E lá vai aumentando o número de infetados.

- Exatamente. E se ainda não causou, não tardará a causar contágios entre a indefesa população porto-santense e daqui por uns dias na comunidade madeirense.

E o mal será “batatas” para aquelas “crianças (?) mimadas”.

- Perdão, existem multas que podem ser aplicadas.

- Sim, sempre é melhor do que nada, mas podem encher os cofres do Estado, mas não curam, nem aliviam a dor das pessoas (inocentes) porventura contaminadas.

- Pois, a esse “ minúsculo” pormenor ninguém dá importância de maior.

- Só vão dar quando o barco voltar a ir vazio para lá e vazio vir para cá.

Juvenal Pereira