Quem deve pedir subsídio de risco e por isso devia manifestar-se, é o povo, Com as Forças de (in) Segurança que carrega cegamente sobre quem se manifesta sem colete de protecção à prova de qualquer ofensa, ou por dá cá aquela palha, deve ser o zé que se desfaz em levar a vida de maneira limpa e colocar na escola os filhos de acordo com os seus méritos e aproveitamentos, dando alguns grande felicidade aos pais, que têm que os alimentar e vestir e fazer com que eles cheguem a tempo e horas aos estabelecimentos que frequentam, devem ser os "velhotes" que aguentam toda a carga e sem poder de rebelarem-se em grupo. Agregados que suportam renda de casa, transportes, despesas escolares diversas e não têm cantina ou armazém de víveres a "preço de farda" que os conforte e ajude. Os Agentes policiais têm este "esquema e outro logo engatado" carro vistoso, casa cómoda e cheia, e filhos a estudar com maior folga do que os dos "zés" do trabalho duro e pouco puro pela poeira que levantam quando enterram a enxada e a picareta, que erguem muros e vivendas, e colhem o que a terra lhes dá se o ano for generoso para com eles e lhes dá apenas" mãos calosas e deformadas"? Não conheço um só guarda ou polícia que ande a morrer à fome, a dormir na sarjeta e com má reforma, e a procurar alimento pelos contentores das sobras. Todos são encartados e condutores de viaturas em óptimo estado. O pobre nasce do pó que o cobre e morre por entre a ferrugem que o enfraquece dia após dia. Quem é que afinal deve sair à rua com bandeiras a reivindicar "aumentos salariais e outras coisas mais, que esta rima e é verdade "enquanto ao pobre nada tem ou com pouco se cobre"?

Joaquim Moura