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Mais de 100 mil mortes no Irão associadas à covid-19

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O Irão ultrapassou hoje a barreira das 100 mil mortes associadas à doença covid-19 desde o início da pandemia, indicaram as autoridades iranianas, numa altura em que o país reforça medidas para travar a disseminação do novo coronavírus.

Nas últimas 24 horas, 31.266 novas infecções foram diagnosticadas e 564 óbitos foram registados, informou o Ministério da Saúde iraniano.

Em termos acumulados, a República Islâmica do Irão -- o país do Médio Oriente mais afectado pela pandemia -- totaliza 4.587.683 casos de infecção pelo SARS-CoV-2 e 100.255 mortes desde o início da crise sanitária.

As autoridades sanitárias locais reconhecem que os dados oficiais da pandemia estarão amplamente subestimados.

Os novos casos de infecção no Irão têm vindo a aumentar de forma significativa desde junho, com as autoridades a admitirem a ocorrência de uma "quinta vaga", que atribuem à variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2, identificada como mais transmissível e mais resistente.

Os indicadores do país têm vindo a subir de forma mais expressiva desde o início de agosto.

"O número de infecções e de internamentos estabilizou em 14 províncias (...), mas prevê-se que o número de mortes aumente nos próximos dias", afirmou o vice-ministro da Saúde iraniano, Iraj Harirchi, citado na quarta-feira pela agência noticiosa Isna.

Na segunda-feira, as autoridades iranianas decretaram um conjunto de novas medidas restritivas para travar a propagação do coronavírus SARS-CoV-2, incluindo a proibição de viagens de carro entre as 31 províncias do país até ao próximo dia 27 de agosto.

Também foi decretado o encerramento dos serviços públicos, dos bancos e do comércio não essencial em todo o território.

A agência Isna avançou hoje que várias pessoas violaram a proibição de circular de automóvel entre as províncias, relatando que alguns cidadãos utilizaram camiões para transportar os respetivos carros para destinos turísticos, nomeadamente para a província de Gilan, no norte do Irão.

Estas novas restrições foram introduzidas numa altura em que decorrem as cerimónias xiitas do Ashura (principal cerimónia para os muçulmanos xiitas), iniciadas na quarta-feira e que terminam hoje, que envolvem normalmente grandes concentrações de pessoas.

As medidas decretadas não tiveram, porém, impacto nas comemorações realizadas ao ar livre, de acordo com as autoridades.

"O comportamento dos peregrinos (durante as) cerimónias irá decidir a evolução do coronavírus no país", disse o vice-ministro da Saúde iraniano.

Com uma economia fortemente penalizada pelas sanções norte-americanas, restabelecidas desde 2018, o Irão afirma que está a tentar realizar transacções comerciais com o estrangeiro para conseguir importar vacinas contra a doença covid-19 e assim progredir na inoculação da população do país, que ronda os 83 milhões de pessoas.

A covid-19 provocou pelo menos 4.392.364 mortes em todo o mundo, entre mais de 209,2 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.