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Itália "avalia" restrições para quem chega de Portugal e Espanha

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As autoridades sanitárias de Itália admitiram hoje estar a "avaliar" medidas de restrição para quem chega de Portugal e Espanha, quando o país registou 1.390 novas infeções e 25 mortes com covid-19 nas últimas 24 horas.

O presidente do Instituto Superior de Saúde de Itália, Silvio Brusaferro, disse hoje que as autoridades estão a "avaliar" medidas mais rígidas de entrada para viajantes oriundos de Portugal e de Espanha, embora "naturalmente não esteja prevista a quarentena neste momento".

As autoridades sanitárias italianas estão preocupadas com o agravamento da situação pandémica em Portugal e em Espanha, em particular devido à propagação da variante Delta, mas não esclareceram quais as restrições que poderão vir a aplicar para a entrada de viajantes destes países.

Por ocasião da final do Campeonato da Europa, no domingo, em que a Itália enfrentará a Inglaterra, as autoridades sanitárias convidaram os italianos a "acompanhar o jogo e, com sorte, comemorar, mas mantendo as medidas de segurança e prudência".

Estas medidas surgem no momento em que os novos casos de contaminação em Itália refletem um aumento semanal, já que na última sexta-feira foram registadas 794 novas infeções, cerca de 600 a menos, dados que confirmam a tendência de agravamento da pandemia durante a última semana.

Em termos totais, desde o início da crise sanitária no país, em fevereiro de 2020, Itália contabiliza 4.268.491 casos e 127.756 mortes.

A incidência cumulativa em Itália subiu de 9 para 11 casos por 100 mil habitantes, confirmou o chefe da equipa de Prevenção do Ministério da Saúde e membro da Comissão Técnica e Científica, Giovanni Rezza, durante uma conferência de imprensa.

"É uma pequena reversão de tendência que nos diz que já não estamos a conseguir fazer diminuir os números da pandemia", disse Rezza, lembrando que os casos em Itália estavam a diminuir desde o final de março.

A variante Alfa continua a ser a dominante na Itália, embora se espere que a Delta a ultrapasse nas próximas semanas, já que "está a crescer progressivamente em todas as províncias italianas", passando de 5,2% em maio para 27,7% em junho, explicou Silvio Brusaferro.

Apesar do aumento de casos, a pressão nos hospitais continua a diminuir: dos 41.396 positivos atuais para COVID-19, 1.167 estão hospitalizados, 30 a menos que na quinta-feira, e 169 em unidades de cuidados intensivos (-11), enquanto mais de 75% dos infetados permanecem assintomáticos ou com sintomas leves.

A idade média de infeção na Itália caiu para 31 anos, devido ao efeito das vacinas, enquanto a dos hospitalizados é de 52 anos; a dos pacientes internados em unidades de cuidados intensivos é 63 e a dos falecidos é 78.

Em relação à campanha de vacinação, já foram administradas 56.305.683 doses e 22.695.367 pessoas já receberam a totalidade das doses, correspondendo a 42,02% da população acima de 12 anos.

Todas as regiões da Itália estão na chamada "zona branca", quase sem restrições devido à pandemia, e a máscara só é obrigatória em espaços fechados.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.013.756 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185,5 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.142 pessoas e foram registados 902.489 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.