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Variante detectada na Índia pode ser 60% mais contagiosa

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Foto EPA/JAGADEESH NV

A variante do novo coronavírus detetada na Índia, chamada Delta, pode ser 60% mais contagiosa do que a encontrada em Kent (sudeste da Inglaterra), chamada Alpha, disse Neil Ferguson, um dos principais especialistas do Imperial College London.

"Estamos a receber mais dados", mas "infelizmente, a notícia não é positiva em relação à variante Delta", segundo Fergunson que, em declarações à rádio BBC 4, especificou que "a melhor estimativa neste momento é que esta variante (Índia) pode ser 60% mais contagiosa do que a Alpha".

O especialista, cujas análises auxiliaram nas decisões do Governo britânico para o confinamento em março de 2020, acrescentou que se esperam mais dados para estabelecer a eficácia das vacinas contra a variante Delta, que agora predomina no país.

Ferguson observou ainda que a maioria das pessoas hospitalizadas no Reino Unido com a variante Delta não foram vacinadas.

"É importante dizer que a maioria das pessoas atualmente hospitalizadas com essa variante, e com qualquer variante, não foram vacinadas. Por isso está claro que as vacinas ainda têm um efeito considerável", disse.

O Reino Unido registou na quinta-feira 5.274 novos casos do novo coronavírus, o maior número diário desde o final de março, e 18 mortes, de acordo com autoridades de saúde britânicas.

Neste país, metade dos adultos recebeu as duas doses da vacina contra a covid-19, enquanto 75,2% da população adulta foi vacinada com a primeira dose.

A preocupação com o aparecimento de variantes obrigou o Governo a apertar os controlos sobre as viagens internacionais e reduzir a lista de destinos seguros para viajar.

Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a "lista verde" do Governo britânico para viagens internacionais na terça-feira às 04:00, anunciou o Ministério dos Transportes britânico.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.693.717 mortos no mundo, resultantes de mais de 171,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.