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Carlos Pereira diz que "está tudo muito longe da realidade da troika”

Deputado madeirense apelou à unidade e enalteceu Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em São Bento

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O deputado do Partido Socialista-Madeira à Assembleia da República Carlos Pereira afirmou, hoje, que "o país tem de estar unido em torno da sua recuperação, de modo a atingir as metas de crescimento", que, frisa, "vão muito para além das que existiam antes da pandemia".

Coube ao vice-presidente da bancada socialista em São Bento intervir na abertura de um debate potestativo sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Dividirmo-nos no mais importante é facilitarmos o falhanço, abrir espaço à dúvida e deixar portugueses para trás”, advertiu.

“Não hesitamos em promover todas as pontes que ajudem os nossos concidadãos a restabelecer as suas condições de normalidade e, sobretudo, a atingirmos os metas que vão muito para além do que tínhamos em 2019. […] Ninguém duvide das nossas intenções: agiremos com a certeza de que estamos a fazer tudo, a dar tudo, para que Portugal saia reforçado da crise mais impactante de que temos memória”, assegurou Carlos Pereira.

O socialista madeirense deu conta que, apesar da "escalada positiva", desde 2015, em todos os sectores da sociedade portuguesa, o "choque" dos últimos meses abalou as bases dessa trajectória.

Carlos Pereira recordou que, "até ao início desta crise, Portugal cresceu 9,3%, e acima da média da União Europeia a partir de 2017, tendo ao mesmo tempo sido possível criar 378.000 novos empregos".

"Para além disso, verificou-se um impulso nas exportações de 18,9%, o investimento cresceu 26,6% (42% no investimento privado e 14% no stock de investimento direto estrangeiro). Paralelamente, em 2019 atingiu-se um superavit nas contas públicas e uma redução de 17% da dívida pública, factos que trouxeram reputação ao País e que permitiram a redução das taxas de juro, cujas vantagens ainda hoje são evidentes", frisou, acrescentando que "Portugal poupou mais de 2.400 milhões de euros desde 2015".

Fez também questão de evidenciar que "as perspectivas do PIB para 2020 foram melhoradas pelo Banco de Portugal e estão compatíveis com os desafios da convergência, que Portugal está no top 10 dos países com mais IDE em termos absolutos e que as exportações de bens estão a reagir bem (apesar do impacto negativo das exportações de serviços decorrente do embate brutal no turismo), já representando 43% do PIB, apenas a 7% do objectivo traçado para a década".

O deputado considera que os 'bons resultados' devem-se, por um lado "à resiliência das empresas e dos trabalhadores", e, por outro, "aos mecanismos que o Governo disponibilizou às empresas e às famílias", o que “contrasta com a avalanche de austeridade na crise 2011-2014”.

O parlamentar madeirense à Assembleia da República aproveitou para dar conta da avção do Governo durante a atual crise, salientando que "já foram apoiadas 2,8 milhões de pessoas e 173 mil empresas com cerca de 3,4 mil milhões de euros".

"No âmbito do apoio ao emprego, o layoff envolveu mais de um milhão de pessoas, enquanto o apoio a fundo perdido a empresas atingiu mais de 1.000 milhões de euros e as variadas linhas de crédito de quase 9 mil milhões de euros de financiamento chegaram a 60 mil empresas", disse.

Para fazer face à conjuntura causada pela pandemia, Carlos Pereira destacou a aprovação do PRR de Portugal, o qual foi elogiado pela Comissão Europeia.

“Está tudo claro: há muitas reformas previstas, há algumas propostas de mudanças estruturais, mas está tudo às claras e, sobretudo, está tudo muito longe da realidade da troika”, sustentou, enumerando medidas como o Plano Nacional de Habitação, a Estratégia Nacional de Combate à pobreza, o reforço do Serviço Nacional de Saúde, mais intensidade nas políticas de igualdade de género e mais I&D.

Trata-se, tal como acentuou, de “um bom Plano, com meios adequados, na dimensão certa e com as prioridades claras, com um país mobilizado e esperançado no futuro”.