Há um grito de liberdade

Será que vale mesmo a pena «comemorar» o 25 de Abril? Neste mar de Rosas que recentemente o país navega, vêem-se situações que o cidadão comum chega a questionar-se se: valerá mesmo a pena continuar a se esforçar para que o futuro de Portugal possa vir a ser próspero? Promovem a cultura do oportunismo, virgulas, reticencias, ponto e virgulas e linhas abaixo. É uma incongruência ver por exemplo: a polícia vigiar e a ( perseguir) quem trabalha e paga impostos, enquanto a justiça defende e protege ladrões, gatunos e corruptos. A audácia dos prevaricadores ilibe-os da prisão. Estamos perante uma classe de ladrões esquizofrénicos, gatunos compulsivos, gente que sob a cumplicidade da justiça consegue tudo o que seria impensável permitir numa sociedade organizada, decente, equitativa e ordeira. A realidade é bem diferente, pois os grandes objetivos do 25 de Abril em nada se coaduna com a actual realidade do nosso país. Será que pode ser chamada de liberdade, tudo o que acontece, uma corrupção de tal ordem que passou a ser um vírus incurável e endémico? no que diz respeito a corrupção e justiça, vivemos numa situação apocalíptica. Temos um pais onde 40% dos portugueses trabalham e produzem, para sustentar 60% dos que já produziram, dos que se preparam para no futuro poderem eventualmente vir a produzir e dos que nada produzem. Quase 2 (dois) milhões de portugueses sobrevivem na miséria, outros 2 milhões no limiar da pobreza enquanto se esbanjam milhões de euros em coisa inúteis ou de utilidade duvidosa que sustenta os precursores da corrupção. Aquilo que chama de democracia, não é mais do que uma liberdade condicionada, dominada pela cleptocracia predominante. Para suplantar esta tragédia deveríamos ter um estado que promovesse a verdadeira liberdade e não um estado que controla tudo e todos até conduzir os cidadãos à sua quase total dependência. É isto que tem feito o actual regime e que se preconiza para o nosso futuro no imediato. Um autêntico estado democrático tem por obrigação criara as condições para que os cidadãos possam livremente se sobrepor à sua dependência e com leis adequadas controlar a expansão política, social e económica, educar para a cidadania, libertar a classe produtiva do fardo dos exagerados impostos. Gerir os dinheiros públicos é o dever duma boa administração tal qual um gestor de uma empresa, no caso quando assim não sucede o gestor é demitido, o mesmo será no país, com governantes que gerem muito mal e pior ainda roubam o que por força da verdade seria para investimentos em prol da cidadania. As provas mais evidente da discordância, da indignação e da revolta dos portugueses são: o sucessivo aumento das abstenções valeram 61% (6.600.000) no último ato eleitoral, votaram (apenas 39%) dos eleitores inscritos, meio milhão de votos num candidato anti regime e onde já existem 200 mil subscritores para pedir o afastamento dum juiz que ilibou de crime de corrupção a um clã de corruptos. Onde um juiz foi demitido por discordar de decretos e defender a liberdade. Nunca antes o povo português mostrou tanta indignação e tanta revolta perante um rosário de misérias a que foi conduzido o nosso país. Vivemos um atentado á nossa liberdade ou a arbitrariedade da política na justiça, paira o espectro de indignação e de revolta na sociedade portuguesa. Depois de perseguirem quem luta pela liberdade, de quererem ilegalizar um partido político legalmente constituído, depois de darem horas a fio de tempo de antena a um acusado de corrupção. Em 1890 foi composto por Luís Lopes de Mendoça e musica de Alfredo Keil o que seria depois o nosso actual hino nacional (A Portuguesa), onde a segunda estrofe cantava-se: contra os bretões marchar marchar, em 1957 alterou-se essa parte e passou a: contra os canhões marchar marchar. Acho que é chegada a hora de voltar a sofre uma nova e pequena alteração, já que não temos canhões para enfrentar porque não passa a dizer-se: contra os ladrões marchar, marchar?

A.J. Ferreira