A falta de vacinas

Criticar as empresas farmacêuticas (EF) que produzem vacinas contra a Covid19 alegando que receberam financiamento público (FP) para o seu desenvolvimento e que por isso deveriam ser punidas por não terem ainda capacidade de produção para satisfazer as atuais necessidades não passa de um disparate.

Se não tivesse havido esse financiamento público as EF nunca teriam conseguido em curtos 9 meses desenvolver, testar e produzir qualquer vacina já que o nível de investimento necessário seria incomportável e só daqui a 4 ou 5 anos teríamos uma vacina.

A rapidez no desenvolvimento das vacinas resultou também da partilha de informação científica entre as diversas EF uma das condições impostas para usufruírem do FP, mesmo assim houve EF que tiveram êxito e outras que fracassaram.

Mas se foi extraordinária a rapidez com que as EF foram capazes de desenvolver as vacinas contra a Covid, já a sua produção tem enfrentado constrangimentos que na atual fase se entendem perfeitamente, já que nunca em tempo algum houve que produzir o que quer que fosse para satisfazer de imediato uma necessidade à escala da atual população mundial.

Os responsáveis da UE para descartar as suas próprias responsabilidades na péssima contratação que fizeram para assegurar os fornecimentos iniciais de vacinas procuram imputar às EF o seu falhanço.

A verdade é que nenhum país da UE foi capaz de apresentar 1 única vacina contra a Covid19. A Grã Bretanha (GB) foi o único país europeu a fazê-lo com a Astra Zeneca desenvolvida pela Universidade de Oxford. As EF que produzem atualmente vacinas contra a Covid19 são: 3 nos EUA; 3 na RP China; 1 na GB; 1 na Rússia e 1 na Índia.

Basta pensar nos mais de 3 mil milhões que constituem as populações destes 5 países para termos a ideia da total impossibilidade de as EF conseguirem para já satisfazer as atuais necessidades mundiais de produção de vacinas contra a Covid19. Deveríamos antes agradecer às EF pela rapidez e eficácia com que as fabricaram.

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