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Dois em três russos acreditam que vírus foi criado artificialmente

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Quase dois terços dos russos acreditam que a covid-19 é uma "arma biológica" produzida artificialmente, de acordo com uma sondagem divulgada esta segunda-feira por uma agência independente.

Para os observadores da Levada -- um centro russo independente de sondagens e estudos sociológicos - os resultados confrimam uma tradicional desconfiança perante as autoridades, acentuada pela falta de transparência na gestão da pandemia de covid-19 e pelas tensas relações com o Ocidente.

De acordo com o estudo com uma amostra de 1.600 pessoas, apenas 23% dos russos acreditam que o aparecimento do novo coronavírus é um fenómeno natural "sem intervenção humana", enquanto 64% acreditam que é "artificial e constitui uma nova arma biológica".

Os que mais compartilham a tese de uma origem artificial são encontrados entre as pessoas com 40 a 54 anos.

A mesma sondagem indica que a percentagem de russos dispostos a ser vacinados contra a covid-19 caiu em dois meses de 38% para 30%.

A princípio recebida com ceticismo, a vacina russa Sputnik V convenceu os especialistas independentes, quando a revista médica The Lancet confirmou a sua eficácia em 91,6%.

Mas a desconfiança dos russos nas autoridades do Kremlin, herdada da antiga URSS, persiste na sociedade e é acentuada pela falta de transparência do regime político, que nem sequer tem comunicado os números de pessoas vacinadas.

Na Rússia, já foram detetados 4.209.850 casos de covid-19, incluindo mais de 85.000 mortes, segundo dados da Universidade de Johns Hopkins.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.