Madeira

Venda do capital da SDM permite ao Grupo Pestana descansar das chatices

Paulo Prada, presidente da Comissão Executiva da SDM, respondeu a questões dos deputados na comissão de inquérito parlamentar sobre o negócio de venda à Região

Foto Rui Silva/ASPRESS
Foto Rui Silva/ASPRESS

Após uma primeira intervenção, e passando pela primeira ronda de questões colocadas por deputados das três bandadas parlamentares representada na comissão de inquérito à compra e venda da participação da SDM, concessionária do CINM, pela região autónoma, o presidente da Comissão Executiva disse que a decisão de largar o negócio é revelador que estavam fartos dos problemas que o negócio trazia à imagem do Grupo Pestana. 

Para Paulo Prada, a SDM sabia quanto é que a empresa valia, a região não e, por isso, queria saber quanto valia a compra, daí ter contratado uma consultora.

"Não ficamos satisfeitos com o valor" da proposta apresentada, garantindo que para os privados seria muito fácil fazer finca pé no contrato de concessão que vigorava até 2027, mas isso implicaria, no pior dos cenários, o fim do CINM, dada a instabilidade que uma disputa em tribunal iria causar.

"Costumo dizer aos amigos que foi um preço de black friday", ironizou. "Se fosse eu a decidir, se calhar não tinha vendido, mas o sr Dionísio Pestana e o dr. Francisco Costa foram magnânimes e resolveram aceitar a proposta", assegurou.

Ainda assim, numa primeira fase responderam que para obter a maioria do capital da SDM a Região teria de pagar pelos oito anos que faltavam da concessão, mas a resposta foi de que não poderia ser por menos de 4 anos.

"Estamos fartos", disse, garantindo ter sido essa a posição que levou os dois anteriores accionistas maioritários da SDM a aceitar vender o negócio. É, nessa atitude altruísta, garante, foi decidido aceitar a proposta apresentada pela PwC, consultora contratada pelo governo para avaliar o negócio.

Na prática, frisou, abdicar deste negócio que representou uma ínfima parte das receitas do do Grupo Pestana, que também representa como administrador, permitiu descansar face aos problemas que podia estar a causar à imagem do maior grupo hoteleiro português, entre outros ramos de negócio. 

Feiras as contas, frisou Paulo Prada, a cedência em assinar o contrato mais tarde e a pagar a prestações, levou à perda de um milhão de euros, pois deveria ser de 8,3 e não 7,3 milhões de euros que acabou por resultar a venda.

A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre "O Contrato de Concessão de Serviços Públicos denominado 'Administração e Exploração da Zona Franca da Madeira ou Centro Internacional de Negócios da Madeira' e a aquisição de capital social da SDM, Sá" foi requerida pelo PS-Madeira e tem como presidente da mesa o deputado António Lopes da Fonseca (CDS), e é composta ainda por deputados do PSD e do JPP. 

Os trabalhos iniciaram-se pelas 10 horas no himiciclo do Parlamento regional, decorrendo nesta fase as perguntas e respostas ao gestor de empresas.