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Rússia proíbe entrada de sete britânicos em retaliação a sanções semelhantes

Foto: EPA/MIKHAIL METZEL
Foto: EPA/MIKHAIL METZEL

A Rússia anunciou hoje ter proibido a entrada de sete cidadãos britânicos "envolvidos em atividades antirrussas", em retaliação a sanções semelhantes adotadas pelo Reino Unido na sequência do envenenamento do principal opositor russo, Alexei Navalny.

"Em resposta às ações hostis de Londres e com base no princípio da reciprocidade, foi decidido impor sanções pessoais contra o mesmo número de representantes britânicos que estão intimamente envolvidos em atividades antirrussas", destacou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em comunicado.

Os cidadãos britânicos estão "proibidos" de entrar em território russo, acrescentou o ministério, que acusou Londres de estar determinado em continuar uma "política destrutiva" nas relações bilaterais.

Em agosto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido anunciou sanções contra sete elementos identificados como membros dos serviços secretos russos FSB, pelo alegado envolvimento no envenenamento, no verão de 2020, daquele que é considerado o principal opositor político do Presidente Vladimir Putin.

Os sete russos foram proibidos de viajar para o Reino Unido e viram os seus bens congelados, noticia a agência France-Presse.

Envenenado com um agente neurotóxico do tipo Novichok, substância desenvolvida pelos militares soviéticos, Alexei Navalny esteve dois dias em coma num hospital na Sibéria antes de ser transferido para Berlim onde foi tratado.

O opositor de 45 anos está preso na Rússia, desde que regressou ao país em janeiro de 2021, cumprindo uma pena de prisão de dois anos e meio por um caso de fraude, embora a sua defesa e vários países ocidentais considerem que a condenação tem motivação política.

As relações entre Moscovo e Londres têm sido marcadas por uma série de desentendimentos nos últimos 15 anos, como foi o caso do envenenamento no Reino Unido com polónio-210, uma substância radioativa extremamente tóxica, do ex-espião russo Alexander Litvinenko, que morreu em 23 de novembro de 2006.

As tensões entre os dois países foram agravadas em 2018 pelo envenenamento também em solo britânico do ex-agente russo Sergei Skripal com a substância neurotóxica Novichok, a que acrescem as divergências em relação à Síria ou à Ucrânia, entre outras questões.