A Professora, os alunos e a Política!

- Bom dia, meninas e meninos.

- Bom dia, senhora professora.

- Hoje teremos uma aula diferente e espero a atenção e colaboração de todos os presentes.

Vamos falar de política, dos últimos acontecimentos e quero saber sobre o tema quais são os vossos conhecimentos.

Quero uma aula participada, onde as meninas e os meninos podem ir buscar exemplos, vividos, vistos ou ouvidos, cá na escola, na rua ou nas vossas próprias casas.

- Há pouco tempo houve eleições autárquicas. Quais são as vossas opiniões sobre essas últimas eleições?

- Senhora professora, eu sou o Diogo e sobre este tema devo dizer que sei pouco, mas, segundo a minha mãe, foi bom serem substituídos todos os presidentes de Câmara ou Junta de freguesia que não estavam bem.

- Certamente. Aí, a menina Susana dá indicação que quer falar. Que tem para nos contar?

- O meu pai chegou a casa indignado, porque alguém lhe tinha contado, de que houve presidentes que depois de terem as eleições perdido, compraram viaturas novas, assinaram contratos de bens e serviços, fizeram várias despesas mesmo já sabendo que tinham sido despedidos. Que nos diz a senhora professora sobre isso?

- Pois, o teu paizinho pode ter razão, só que eu não conheço esses presidentes em questão, mas pode haver uma boa explicação.

Eu conheci um autarca, por exemplo, uma pessoa boa, sensata, muito especial, que cada compra que fazia para a Câmara Municipal, exigia uma comissão, que, depois, na igreja, depositava na caixa das esmolas colocada aos pés do santo da sua devoção.

- Nesse caso, senhora professora, ele fazia uma boa ação.

- Exatamente. E como ele, pode haver muitos outros presidentes. Mudando de assunto, os meninos sabem que o País atravessa um mau momento, devido ao chumbo do Orçamento, qual dos meninos ou das meninas quer falar sobre este acontecimento?

- Só sei, senhora professora, que lá em minha casa, aturar a minha tia tem sido um fadário, pois ela no trabalho tem liberalização de horário. Entra quando quer e sai sempre que lhe apeteça e teme que se “isto” mudar o privilégio desapareça.

- Também, senhora professora, o meu padrinho anda como um tontinho. Ele acabou a universidade, filiou-se no partido e já tinha um emprego prometido. Agora anda manente, não vá o emprego ir pelas “canas adentro”.

- Pois, os meninos falaram sobre problemas pessoais ou familiares, o que acho bem e natural, mas gostaria que falassem sobre as vossas preocupações em relação ao País em geral.

Sabe, senhora professora, o meu avozinho, que já é um pouco velhinho, diz, que sobre a situação no País, não devemos andar preocupados, porque Portugal já está habituado a estes sobressaltos, ser mal governado e andar sempre encalacrado.

Este problema será resolvido, como os outros foram no passado.

- Claro, o vosso avozinho, tem uma experiência de vida que lhe permite ter essa visão, o que na escola ou na universidade nem sempre temos esses dados concretos nas mãos.

Mas, mudam-se os ventos, alteram-se os tempos, é sempre bom estarmos com atenção.

Meninas e meninos a aula está terminada, podem ir em paz e sossego para as suas casas.

- Boa tarde, senhora professora.

Juvenal Pereira