Madeira

BE-Madeira critica CMF por ter "ignorado" Dia pela Eliminação da Violência contra as Mulheres

Partido assinalou a data e deixou críticas à coligação PSD/CDS

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O Bloco de Esquerda Madeira (BE-Madeira) assinalou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, instituído pelas Nações Unidas em 1999, com uma iniciativa junto da comunidade escolar, como forma de alerta para o grave problema da violência de género, que tem uma incidência expressiva no namoro, e pelos direitos das mulheres.

“É preocupante sabermos que 22% das raparigas afirmam ter sofrido violência psicológica e mais de 15% terão sido controladas ou perseguidas em contexto de namoro. Isto não é amor, é violência! E por aqui se vê como é tão urgente mudar mentalidades, desconstruir estereótipos e educar para a cidadania, onde a igualdade, a dignidade, o respeito pelo outro e pela diferença são valores que devem ser cultivados individualmente e enquanto comunidade" Dina Letra, coordenadora regional do BE-Madeira

Dina Letra deixou críticas à autarquia funchalense liderada por Pedro Calado.

“Nesse sentido, não podemos deixar de lamentar que a Câmara Municipal do Funchal, pela 1ª vez nos últimos 8 anos, e agora liderada pela Coligação PSD / CDS – curioso é verificar que esse pelouro está sob a alçada de uma democrata-cristã – tenha completamente ignorado esta temática, como já o fez na semana da Igualdade, e esteja a relegar para último plano as questões de Direitos Humanos.” Dina Letra, coordenadora regional do BE-Madeira

O BE-Madeira considera que "as autarquias, pela sua proximidade com os cidadãos, têm um papel preponderante nestas temáticas da cidadania e assim não podemos deixar de contestar e assinalar a demissão da principal câmara da Região, e porventura o concelho com maior incidência deste grave problema social, para com as mulheres e raparigas do Funchal"-

Sobre a violência contra as mulheres

Ano após ano, os números da violência contra as mulheres continuam a envergonhar o país. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) mais recente, apesar de ter diminuído face ao ano anterior, em 2020 a violência doméstica contra cônjuge ou situação análoga continuou a ser o crime mais participado em Portugal, representando 85% das mais de 27 mil queixas por violência doméstica. Sendo que do total de vítimas de violência doméstica, a maioria são mulheres e raparigas (75%), enquanto que a maioria dos denunciados são homens (81,4%).

A estes registos faltam todos os casos que ficaram em silêncio, pois a pandemia colocou muitas mulheres confinadas com os seus agressores.

A UMAR, no relatório divulgado esta semana, revelou terem sido assassinadas 23 mulheres no nosso país, em 2021, sendo 2 delas da Região Autónoma da Madeira. Treze das vítimas são caso de femicídio e 10 mulheres foram assassinadas noutros contextos. A maioria dos casos acontece em relações de intimidade.