Orçamento do Estado País

“Chumbo do Orçamento tem impactos evidentes na Madeira”

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O deputado do PS Carlos Pereira considera que a “crise política” que se vai instalar em Portugal, após o chumbo do Orçamento de Estado, terá consequências negativas para a Madeira. Inclusivamente, admite que poderá atrasar o próprio Orçamento Regional.

“Tem impactos evidentes na Madeira, desde logo as questões que estão previstas no Orçamento, como o hospital, a mobilidade, as transferências financeiras, ou seja um conjunto de coisas”, expressa o parlamentar socialista, lembrando que os madeirenses, à conta deste chumbo, vão ainda "perder a possibilidade de terem salário mínimo mais elevado, impostos mais baixos, de ter aumentos de abonos de família, de ter reduções de impostos para os jovens, aumento das pensões”, benefícios que estavam contemplados neste Orçamento de Estado.

Por isso, Carlos Pereira diz não compreender “como é que há políticos da Madeira, alguns deles com responsabilidades elevadas, a achar que é melhor para a Região e para o País que o Orçamento caia”, sublinhando que este comportamento “é de uma tremenda irresponsabilidade, é verdadeiramente não cumprir com aquilo que é uma das funções principais dos governantes, que é contribuir para o bem-estar das pessoas, das famílias e das empresas”.

O deputado lembra que “a Madeira também precisa de um impulso na recuperação, obviamente o Orçamento Regional é uma das peças mais importantes, mas o Orçamento de Estado é, como se sabe, o chapéu para o Orçamento Regional ser desenvolvido”, alertando ainda para a possibilidade de “haver atraso no Orçamento Regional por causa de não haver um Orçamento de Estado”.

Carlos Pereira diz que a situação “é bastante grave, o País vai entrar em crise política por responsabilidade de alguns partidos e agentes políticos que, do meu ponto de vista, são irresponsáveis”, salientando que este chumbo “vai travar a recuperação do País e vai, de alguma forma, dificultar aquilo que estava a ser o bom desempenho da economia portuguesa”.

“É muito irresponsável da parte dos partidos” terem votado contra o Orçamento de Estado, sublinha Carlos Pereira, lembrando que “depois do país ter estado numa situação de um ano e meio, entre confinamentos e desconfinamentos, com paragem da actividade económica, com dificuldades das pessoas que perderam rendimentos, que perderam empregos, que criaram uma instabilidade grande na sua própria vida, que criaram situações de grande ansiedade, que depois deste ano e meio estavam à espera de levantar a cabeça, poder ter um impulso novo para, de alguma forma, sair desta crise, não se compreende que haja partidos que tenham votado contra”. O deputado acrescenta que “este Orçamento criava condições para isso, era um impulso para a recuperação económica, para devolver coisas às famílias, salários, rendimentos, aumentar salário mínimo”.

O deputado socialista diz que a situação é ainda mais grave quando o chumbo da votação na generalidade “trava qualquer possibilidade de discutir o Orçamento, ou seja de acrescentar propostas, de melhorar, os partidos não quiseram discutir”, apesar “dos esforços desenvolvidos pelo PS”. Neste particular considera que “o Bloco de Esquerda e o PCP não criaram condições para que fosse aprovado”.