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Ciclone Eloise foi "devastador" para cidade da Beira

Balanço feito pelo presidente da Câmara, que revelou pelo menos duas mortes

Foto JOSÉ JECO/LUSA
Foto JOSÉ JECO/LUSA

O presidente do município da Beira, Daviz Simango, classificou ontem o ciclone Eloise como "devastador" para a cidade costeira do centro de Moçambique e deu conta de, pelo menos, duas mortes, num balanço preliminar à Lusa.

"O ciclone foi devastador", referiu, sublinhando que a tempestade da última madrugada provocou inundações bem antes de atingir o município de meio milhão de habitantes, uma das principais cidades moçambicanas.

Ainda assim, e apesar do lixo acumulado nas valas de drenagem, "o escoamento de águas está a funcionar e a maré está baixa", o que vai ajudar a aliviar as zonas mais alagadas, detalhou.

A Beira foi atingida em março de 2019 pelo ciclone Idai, que provocou 603 mortos em Moçambique, e que foi uma das maiores tempestades desde que há registo no hemisfério sul.

No final de 2020, a região foi também afetada pela tempestade Chalane, após a qual têm ocorrido fortes chuvas.

O levantamento pormenorizado dos prejuízos ainda decorre, mas está claro que o ciclone "destruiu infraestruturas, muitas casas ficaram sem teto e houve paredes que desabaram", provocando pelo menos duas mortes em Inhamiza, referiu o autarca.

Segundo Simango, houve relato de outras três mortes que, após averiguações, não estavam relacionadas com o ciclone.

O presidente do município não tem ainda informação sobre o bairro da Munhava, onde a Lusa ouviu o relato de duas mortes por desabamentos e uma outra devido a material ferroviário deslocado pelo vento.

Luísa Meque, diretora-geral do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), referiu, no final de uma reunião do comité de emergência provincial, que estavam confirmados nove feridos, um com gravidade.

Segundo referiu, a informação que recebeu durante o dia de ontem ainda era preliminar, sendo prematuro avançar dados sobre danos.

Trabalhos continuam para restabelecer a normalidade no fornecimento de eletricidade e telecomunicações.

Já não haverá vento destruidor, mas Daviz Simango renova o apelo à prevenção: "Continuamos a alertar a população para a chuva forte" que ainda pode cair nos próximos dias.

Depois de entrar em terra durante a madrugada junto à cidade de Beira, oriundo do Canal de Moçambique, no oceano Índico, o ciclone Eloise perdeu intensidade e regrediu para o grau de tempestade moderada, mas arrasta precipitação intensa, avançando pelo sul do Zimbabué.

Prevê-se que a depressão condicione o estado do tempo durante os próximos dias, provocando forte precipitação no sul do país, incluindo a capital, Maputo.

O serviço de Operações Humanitárias e de Socorro da União Europeia (ECHO, sigla inglesa) previu hoje que 200.000 pessoas no centro e sul Moçambique possam ser afetadas por inundações, nos próximos dias.

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