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Paulo Cafôfo, o líder do PS-Madeira

Assumir a liderança do PS-Madeira tem sido, ao longo dos tempos, uma audácia politicamente perigosa que o poder do PPD/PSD considera uma afronta à sua cultura de governo absoluto. Ai daquele ou daquela que se atrever a desafiar o poder vigente há mais de 43 anos consecutivos na Região à frente do partido que é considerado pelo povo como a natural alternativa à governação.

Basta ser presidente do PS-Madeira para a lengalenga do costume fazer o seu caminho, a narrativa é sempre a mesma, aliás, já se iniciou com a recente liderança de Paulo Cafôfo, mas sempre foi assim com todos os líderes, nenhum escapou às campanhas orquestradas com objetivos claros de tentar descredibilizar o projeto e a pessoa.

Qual é, na verdade, a “grande pecha” de Paulo Cafôfo para o poder laranja? Ser um líder credível deste partido portador, numa democracia moderna e europeia, da esperança numa alternativa por que a Madeira há tanto anseia.

Então, aquilo é todos os dias, nas redes sociais, nos comentários, escondidos no “corajoso” anonimato, nos artigos de opinião, nos discursos políticos, nas conversas de café promovidas pelos “profissionais” do “sabem tudo” e pelos empenhados lutadores de sofá e de xícara de chá, enfim, a estratégia é desvalorizar até ao tutano, ofender, dizer mal por dizer e, porque a crítica construtiva não faz parte dos seus manuais, se não existir matéria para criticar, inventam para não perderem a embalagem e, assim, cumprirem o servicinho encomendado.

A habilidade política mais comum, que já cheira a bafio, embora ainda muito boa gente se deixe ludibriar, é espalharem, até à exaustão, que os outros é que eram os bons, sim, os líderes anteriores tinham todas as qualidades, as competências e os atributos ideais para liderar o PS. Não obstante, e sempre foi assim, esses louvores a metro e esse reconhecimento interesseiro só dão à luz depois de deixarem o cargo, porque, durante os seus mandatos, todos nos lembramos da forma como eram destratados, sem apelo nem agravo.

Paulo Cafôfo, presidente do PS-Madeira, é o alvo a abater. Por isso, a critica rasteira, sem substância e com propósitos de mera maledicência, surge por tudo e por nada. E é vê-los, esses ditos autonomistas, enxovalharem o parlamento legislativo regional, primeiro órgão de governo próprio, com insultos ao líder do PS só porque ele tem o “grande defeito” de exercer essa função.

O líder socialista tem ideias, tem um projeto coerente e sustentado numa visão estratégica para a região de reconhecida qualidade, é portador de um programa assente num novo modelo de desenvolvimento, rodeia-se de uma equipa credível, bem preparada política e tecnicamente. Foi o grande responsável pelo resultado do PS nas últimas eleições legislativas regionais, subindo de 5 deputados eleitos para 19, e tem no seu currículo vitórias políticas para apresentar, com a conquista da joia da coroa que é capital da Região Autónoma da Madeira, e isso o velho PSD nunca lhe perdoará. Mas, há sempre um “mas”, agora, a par do chorrilho de ofensas pessoais, surge um novo, todavia falso argumento de peso: não é a hora certa, não soube esperar, deveria ter aguardado por uma outra melhor oportunidade.

Ouvi, alto e bom som, as palavras do dr. Alberto João Jardim a defender que Paulo Cafôfo se precipitou, que chegou muito cedo à liderança do PS e que não era o momento para se candidatar a presidente do governo, que deveria aguardar pelo seu tempo.

Pois, ora, ora, percebe-se bem a sua preocupação e o seu desespero, torna-se oportuno relembrar que foi durante o seu mandato que Paulo Cafôfo, em 2013, ganhou, pela primeira vez, a Câmara do Funchal ao PSD, a juntar às vitórias de Emanuel Câmara no município do Porto Moniz, de Ricardo Franco em Machico e de Filipe Menezes no Porto Santo.

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