Máscaras a gosto

Às vezes dizemos que alguém tem duas caras ou até várias caras consoante às situações. São muitas as máscaras este nosso país cada vez mais massacrado pelas várias situações que nos apoquentam, além da saturante pandemia, que oculta muitas outras coisas e que tonam as nossas vidas um autêntico tsunami. As dificuldades por onde milhares de portugueses estão passando, a fragilidade em que se converteu a nossa economia, os problemas no sector da educação, as enormes agonias no que a saúde diz respeito, a insegurança que tem havido motivada talvez até por culpa das situações anteriores, tem sido um sem fim de problemas que as autoridades não têm conseguido resolver e nem minimizar. As muitas medidas erradas que foram tomadas, o comportamento dos cidadãos por vezes não tem sido o mais desejável, faz com que andemos perdidos numa sociedade confusa e cheia de incertezas. Começam a aparecer sinais de enormes dificuldades na recuperação de tudo o que anteriormente exposto, e que foi afectado. Vem aí uma nova etapa económica, que arrastará uma nova movimentação política que começa a aparecer, algumas alternativas àquilo que tem sido ao longo destes 46 anos de uma moribunda democracia começam a surgir e a suscitarem dúvidas, as alternativas promovem inimigos, o regime que se sustenta sobre os pilares da corrupção, da demagogia, da hipocrisia e da injustiça, começa a ver fugir a sua já frágil e reduzida credibilidade. Entretanto começam as contas de como se poderão manter os poleiros mesmo que possa existir alguma mudança, e aparecem aí os oportunistas, os vigaristas, os carrapatos, as lapas, querendo manifestar algum desejo de mudança, quando a miséria e a ignorância têm sustentado este regime que ainda se designa de democracia. Mas afinal! existe ou não vontade política naqueles que querem fazer algo de diferente e alterar o panorama político no país e na região? Para que algo mude realmente, primeiro: terá de mudar a atitude do povo perante a democracia. Corrupção não se combate com abstenção. Segundo: mudar as pessoas mantendo o mesmo modelo de gestão, é como mudar a capa e o título do livro, mantendo o seu conteúdo. Terceiro, os eleitores terão de ser mais activos e participativos, não dando espaço nem deixando liberdade à classe política, para que continue na senda do roubo e da corrupção, pois por cada foto que tira com uma personalidade política, outro aparece a roubar. Não podemos continuar a permitir que destruam a democracia de fora para dentro. Temos de restituir a credibilidade do regime de dentro para fora. Não poderão dar boleia ou admitir condutores deste veículo que é a gestão dos dinheiros públicos, pessoas que já bateram de frente tantas vezes, e que agora à boleia querem disfarçar a sua péssima forma de condução. Chega a grande oportunidade dos indignados e revoltados que são quase 6 (seis) milhões de eleitores que se abstêm, e que não querem ser cúmplices destas aldrabices, e que podem se realmente usarem a inteligência e tiverem a coragem e a dignidade de operarem uma Revolução Silenciosa e dizerem chega de corrupção, demagogia, hipocrisia e de injustiça, e optarem por votar massivamente em partidos alternativos, porque até aqui os 46 anos de democracia fraudulenta, deixaram o povo indefeso, mas a democracia ainda não acabou, quando muito andou todos estes anos fechada para obra. É hora de meter mãos à obra.

A.J. Ferreira

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