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Oposição pede revisão de sanções internacionais na Venezuela para aliviar população

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As sanções internacionais contra a Venezuela devem ser revistas para aliviar os seus efeitos na população, disse hoje o opositor Leopoldo López, que em outubro abandonou a embaixada espanhola em Caracas, onde estava refugiado desde abril de 2019.

"É um tema que deve ser revisto, sobre como dar continuidade ao tema da pressão internacional com a ferramenta das sanções, mas procurando mecanismos que possam aliviar e atender a população", disse.

Leopoldo López falava durante uma entrevista virtual com o portal web de notícias venezuelano Efecto Cocuyo, em que sublinhou que "por mais que a ditadura diga que a situação na Venezuela tem como origem as sanções, não é verdade".

Ex-preso político e líder do partido opositor Vontade Popular, Leopoldo López explicou que "é possível fazer uma revisão" às sanções, "para ver como se podem aplicar de forma mais estratégica".

"Quanto às sanções gerais, ao setor de energia, aí temos que ser muito claros, a verdade é que a escassez de gasolina na Venezuela, que a ditadura pretende atribuir às sanções, não é por causa do problema das sanções é por causa da irresponsabilidade, da corrupção e da incapacidade da ditadura de administrar o setor de energia", disse.

Além do setor energético, López diz ser importante manter as restrições sobre a comercialização do ouro extraído das minas venezuelanas e advertiu, que a oposição "não pode dar uma chance à ditadura para continuar usando e esbanjando os recursos dos venezuelanos para permanece no poder".

López, que foi nomeado pelo líder opositor Juan Guaidó como comissário para "o Centro de Governo da Venezuela" explicou ainda que a rota política opositora para 2021, continua a ser "o cesse da usurpação (da Presidência da República), um governo de transição e eleições livres", mas adverte que a ordem dos fatores "dependerá das circunstâncias".

Por outro lado, precisou que a oposição está debatendo sobre como materializar a continuidade administrada da Assembleia Nacional (parlamento) que terminará funções a 5 de janeiro, mas que Juan Guaidó espera prolongar com base nos resultados da consulta eleitoral de cinco dias que decorre desde sábado.

Entre as alternativas, aponta a constituição de uma comissão, integrada pelos presidentes das comissões permanentes do atual poder legislativo, em representação da Assembleia Nacional de maioria opositora que foi eleita em finais de 2015.

Sobre as eleições municipais e de governadores, previstas para 2021, explicou que "não importa que nome tenham", a oposição aliada a Juan Guaidó, "não participará se não forem livres, justas e verificáveis".

Quanto ao futuro, explicou que Juan Guaidó, continuará na Venezuela, "e assumirá os riscos necessários" até conseguir os objetivos da oposição.

No domingo, a aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas, com 67,6% dos votos, quando foram contados 82,35% dos boletins, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Uma aliança liderada pelos partidos tradicionais Ação Democrática (AD) e o Comité de Organização Política Eleitoral Independente (Copei) ficou em segundo lugar, com 944.665 votos (17,95%).

Tanto o AD como o Copei sofreram a intervenção do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que impôs como líderes de ambos os partidos antigos militantes que foram expulsos e acusados de corrupção pelos seus antigos colegas.

Em terceiro lugar ficou outra aliança liderada pelo Vontade Popular (VP), o partido de Leopoldo López e Guaidó, que também sofreu a ingerência do STJ, e que inclui ainda o Venezuela Unida (VU) e o Primeiro Venezuela (PV). Esta aliança obteve 220.502 votos, o que representa 4,19%.

O Partido Comunista Venezuelano teve 143.917 votos (2,73%), enquanto o resto das formações obtiveram 357.609 votos (6,79%).

A taxa de participação, de 31%, segundo o CNE.

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