Uma cidade atrofiada

Para que conste nada tenho contra a dinamização da cidade do Funchal. Mas tenham tino e noção do ridículo. Poupem-me aos constantes desvarios que fecham ruas e desviam o trânsito. Chega de barreiras metálicas. nem aos domingos temos descanso.

Não ando aqui a pagar impostos municipais para ser constantemente impedido de sair ou entrar em casa só porque ora há uma corridinha solidária, depois uma maratona, um rali, uma marcha, um desfile de mascarados ou uma manifestação de indecisos. Nem sei quem manda neste caos organizado, quem ganha comissões com os patrocínios recolhidos para algumas iniciativas de exibicionismo, nem me interessa de quem é a culpa pela anarquia que as autoridades alimentam. O que não tolero mais é o bloqueio sistemático à minha liberdade e mobilidade. Como é que podem estes políticos exigir ao Estado a continuidade teritorial se na sua própria terra erguem obstáculos de forma permanente e compulsiva achando que não prejudicam quem quer que seja? Se nos querem em casa quando podíamos andar na rua digam de uma vez por todas que a gente tenta emigrar para cidades que não ficam reféns de uns trutas que se acham espertos mas entre outros disparates põem os turistas a carregar malas porque bloquearam as estradas que dão acesso aos hotéis a um domingo de manhã só para fazer da Estrada Monumental, da Avenida do Infante e da Avenida do Mar uma pista de atletismo. Vamos mas é correr com esta gente.

Luís Fernandes