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Porto sem novas camas públicas para universitários na abertura lectiva 2019-20

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Os universitários que cheguem ao Porto no próximo ano letivo têm operacionais 1.051 camas públicas, ou seja, as mesmas que havia no passado ano letivo, avisou ontem a Federação Académica.

A oferta pública de camas operacionais no Porto para o início do novo ano letivo 2019-2020 é de “1.051 camas”, o mesmo número de camas do ano passado, mas ao longo do ano de 2020 já devem estar operacionais “1.300 camas”, depois de terminarem as obras na residência universitária Alberto Amaral e se conseguirem mais “112 camas de oferta pública”, disse hoje à Lusa fonte do gabinete de imprensa da Universidade do Porto (U.Porto).

No passado dia 26 de fevereiro foi publicado em Diário da República um decreto-lei com o plano para aumentar o número de camas para estudantes do ensino superior em Portugal que abrange, numa primeira fase, um aumento de 80%, cerca de 12 mil camas, e a requalificação e melhoria de condições de cerca de 3.000 camas já disponíveis, mas segundo o presidente da Federação Académica do Porto não vai haver “rigorosamente” nenhuma cama a mais para o próximo ano letivo.

“Dentro do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) a única coisa que vai existir serão 186 novas camas para Lisboa (...). Para o Porto não há nada”, garantiu João Pedro Videira, presidente da Federação Académica do Porto, numa entrevista à Lusa no âmbito do da abertura do ano novo ano letivo 2019-2020.

Segundo o presidente da FAP, o que existe atualmente no Porto é um “conjunto de parcerias” estabelecidas entre entidades da cidade como, por exemplo, entre a FAP e a Santa Casa da Misericórdia do Porto ou entre a Misericórdia e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), ou então projetos da U.Porto, designadamente a recuperação da ala que estava fechada da residência universitária Alberto Amaral e a Câmara do Porto, no antigo quartel da Rua Serpa Pinto.

“Continuam a faltar camas para os estudantes nacionais”, alerta o presidente da FAP, reconhecendo que mesmo com o aparecimento de alojamento estudantil no luxo, no privado, o problema fica longe de ser resolvido.

O plano do Governo, que visa duplicar em dez anos a oferta de alojamento para estudantes, e que arrancou em fevereiro, incluía, numa primeira fase, a construção, reabilitação e requalificação de mais de 250 imóveis no país, abrangendo mais de 7.500 camas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto (6.927 novas camas para a Área Metropolitana de Lisboa e 1.650 novas camas para o Norte).

Na altura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, demonstrou “muita preocupação” sobre as “desproporções” de novas camas para universitários previstas para Lisboa em relação ao Porto.

O ano letivo de 2019-2020 arranca a 16 de setembro, onde são esperados oito mil alunos - quatro mil alunos através do concurso nacional de acesso, segundo fonte da U.Porto.