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Maduro diz-se disposto a retomar diálogo com a oposição

Notícias de Caracas da noite passada dão conta desta abertura do presidente venezuelano

Foto  REUTERS/Manaure Quintero/Arquivo
Foto REUTERS/Manaure Quintero/Arquivo

As conversações, sob a mediação da Noruega, foram suspensas em 07 de agosto pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, depois de os Estados Unidos terem bloqueado os ativos do Governo venezuelano em território norte-americano.

Na quarta-feira, uma delegação da Noruega chegou a Caracas para tentar restabelecer o diálogo entre o Governo de Nicolás Maduro e a oposição.

“Haverá um encontro [com a delegação da Noruega] e estamos dispostos a restabelecer o diálogo com um mecanismo repensado, nos termos de uma reflexão necessária que ocorre neste momento”, declarou Jorge Arreaza aos jornalistas.

Segundo o chefe da diplomacia venezuelana, tal mecanismo deve garantir “a paz, a coabitação e a coexistência” entre as partes.

Para o Governo da Venezuela, o bloqueio norte-americano foi “solicitado e apoiado” pelo autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, reconhecido por 50 países, incluindo Portugal e Estados Unidos.

Juan Guaidó, que preside ao parlamento, exige a saída de Nicolás Maduro do poder e a constituição de um governo de transição que convoque eleições antecipadas, não excluindo o pedido de uma intervenção militar dos Estados Unidos na crise.

Na quarta-feira, no final de uma reunião com a delegação norueguesa, Guaidó disse aos jornalistas que a oposição vai “participar em qualquer espaço que aproxime uma solução real ao conflito”.

O líder da oposição venezuelana adiantou que convocou os seus concidadãos a recolherem assinaturas condenando o embargo norte-americano e anunciou que denunciará a situação perante a ONU, estimando enviar 13 milhões de assinaturas ao secretário-geral, António Guterres.

As conservações entre o Governo da Venezuela e a oposição começaram em Oslo, capital da Noruega, e foram transferidas em 08 de julho para os Barbados, nas Caraíbas.

As discussões visam resolver de forma pacífica a grave crise política, económica e social na Venezuela, que, desde 2015, levou à fuga de mais de quatro milhões de venezuelanos do país.