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Com Costa os salários reais baixaram entre 2015 e 2018

O governo de Costa passa para a comunicação social a mensagem que vivemos num país côr de rosa, ambientalmente seguro, quiçá poético e porque não paradisíaco.

Ao contrário do que apoiantes do governo PS afirmam, quer o poder de compra, quer as remunerações base, quer o ganho médio dos trabalhadores do sector privado diminuíram entre 2015 e 2018.

Vamos provar o que afirmamos:

Entre 2015 e 2018, a remuneração base mensal dos trabalhadores do sector privado aumentaram

2,8%, mas o aumento dos preços foi de 2,9%, ou seja, o poder de compra diminuiu 0,1%.

O ganho médio nominal dos trabalhadores (antes de deduzir os efeitos da subida de preços) aumentou 2,3%, mas tendo em atenção a subida dos preços, verifica-se que o poder de compra diminuiu 0,6%.

Sim, é verdade, cresceu o salário mínimo, mas é bom lembrar que em 2015, 21,4% dos trabalhadores recebiam o salário mínimo, mas, em 2018, aumentou para 25,6% os portugueses que recebiam o salário mínimo.

Em 2018, 1.245.000 trabalhadores recebiam o salário mínimo, mas em 2015 eram somente 973.000 com salário mínimo, ou seja, mais 272.000 vivem com esta desgraça.

É preciso ter cuidado com a propaganda de Costa, e até de gente de esquerda que o suporta, e querem apagar a memória do passado. Com estes números não vejo a recuperação de rendimentos.

De acordo com dados oficiais, entre 2015 e 2018, a remuneração média mensal diminuiu 0,2%, a dos homens foi de menos 1,3%, sendo que a das mulheres foi de mais 1,7%, quanto ao ganho médio mensal foi negativo em 0,6% e nos homens foi até pior, ou seja de menos 1,5%.

Entre 2015 e 2017, os aumentos da remuneração base mensal dos trabalhadores mais qualificados (quadros superiores, quadros médios, chefes de equipa) variou entre 0,1% e 2,8%, mas tendo com a subida de preços de 2,9%. A classe média continua a ser fortemente penalizada.

Em 2004 a remuneração média base em Portugal era de 61,1% do valor da EU, mas em 2018 baixou para 54,1. É ridículo o apelo de Costa no sentido de fazer regressar a Portugal os quadros técnicos que estão no exterior do País. Regressar para quê?

Costa conta com o “milagre Centeno” quanto ao défice de 0,5% em 2018, conseguido à custa da degradação da Administração Pública, dos Serviços Públicos, da ADSE e da ausência de investimentos em infraestruturas de saúde e ferroviárias.

O “milagre Centeno” é uma ilusão. É necessário e urgente uma explicação séria de como foi feita a redução do défice orçamental de 3% do PIB em 2017 para 0,5% do PIB em 2018.

Nota. Elementos trabalhados a partir de GP, do Ministério do Trabalho, da Segurança Social e da Eurostat.