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Curdos retomam ofensiva para acabar com último reduto do Estado Islâmico na Síria

Foto Rodi Said/Reuters
Foto Rodi Said/Reuters

As Forças Democráticas da Síria (FSD), aliança armada liderada por curdos com o apoio dos Estados Unidos, retomou hoje o ataque ao último reduto do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria e atacou a cidade de Al Baguz.

O porta-voz do FSD, Mustafa Bali, disse à agência Efe que as forças curdas começaram a atacar com artilharia as posições dos extremistas, com o apoio dos aviões da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, que também bombardeou os radicais.

Bali acrescentou que agora existem “combates violentos em três frentes à volta da zona que ainda está sob o controlo do EI, incluindo o bairro do xeque Hamad e o acampamento” onde estão refugiados os combatentes e as suas famílias.

Um homem ferido que foi retirado hoje ao meio-dia daquele acampamento disse à Efe que ali estavam cerca de cinco mil pessoas, incluindo crianças e mulheres.

As FSD deram hoje por concluído o prazo para que civis e combatentes deixem Al Baguz e se entreguem à aliança armada antes do ataque final.

A operação militar começou às 18:00 hora local (16:00 em Lisboa), anunciou Bali através da rede social Twitter.

Pouco antes, o porta-voz tinha dito à Efe que “não há prazos para acabar com a missão” das FSD, que estão determinadas a acabar com a presença do EI a leste do rio Eufrates.

Não é a primeira vez que a aliança armada anuncia o ataque “final” contra a última fortaleza do EI, mas a presença de um grande número de civis retardou as operações militares e forçou a suspendê-las por várias vezes.

Em 09 de fevereiro, as FSD iniciaram a sua “batalha final” para expulsar os extremistas do seu último enclave, mas, após um primeiro avanço, as minas plantadas na área e o EI contra-atacaram, assim como a presença de civis, impedindo a ofensiva.

O próprio Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em 15 de fevereiro que nas 24 horas seguintes faria um “grande anúncio” sobre a Síria quanto ao “sucesso” na “erradicação” do califado físico do EI, anúncio que até agora não aconteceu.

As FDS, que contam com o apoio da coligação internacional apoiada pelos Estados Unidos, têm sido cautelosas quanto a estabelecerem prazos para declarar a sua vitória, apesar de o EI controlar apenas menos de um quilómetro quadrado em Al Baguz.

As milícias curdas têm assegurado que não iriam invadir Al Baguz e não atacariam os civis que permanecessem lá dentro, embora não tivessem previsto que havia tantas pessoas na pequena área ainda controlada pelos jihadistas, cujo número também é desconhecido.

Dezenas de milhares de pessoas deixaram, entretanto, aquela área, especialmente crianças e mulheres, nas últimas duas semanas, o que também surpreendeu as organizações humanitárias que estão a prestar assistência aos deslocados que são levados para o campo de refugiados de Al Hol, a 300 quilómetros a norte de Al Baguz.