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Empresas estão empenhadas na economia circular

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As empresas estão empenhadas na economia circular e “disponíveis para encontrar soluções em conjunto”, disse à Lusa a investigadora Rita Lopes, da Universidade Nova, citando um estudo ontem apresentado em Lisboa.

Investigadora no Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, Rita Lopes apresentou hoje o estudo “O potencial da economia circular em Portugal -- setores das embalagens e dos alimentos e bebidas”, no âmbito de uma conferência sobre economia circular organizada pela Sociedade Ponto Verde.

A economia circular consiste na utilização dos recursos o mais tempo possível, reciclando, reutilizando e reduzindo o consumo.

A Sociedade Ponto Verde, que promove a recolha seletiva, a retoma e a reciclagem de embalagens em Portugal, alerta que o aumento do modo de produção/consumo e a urgência climática “exige encontrar soluções que rompam com o modelo tradicional de economia linear” e desenvolvam novas abordagens.

O estudo, explicou à Lusa a investigadora, incluiu entrevistas com os “atores da cadeia de valor” de produtos e sugere a promoção de iniciativas “que potenciem a colaboração entre diferentes agentes”, ações de marketing, medidas que favoreçam novos modelos de negócios e aposta na investigação.

Rita Lopes disse que o estudo aponta para o país ter uma economia circular a funcionar em 2035 e que essa aposta vai gerar novos negócios.

A especialista disse à Lusa que é necessário que haja uma redução de produtos embalados, que se dê preferência a embalagens de um só material, e que se evitem embalagens com autocolantes. Ao mesmo tempo, acrescentou, as embalagens devem usar cada vez mais materiais reciclados.

“Tem de se atuar em várias áreas. Por um lado sensibilizar os consumidores e por outro atuar em termos de regulamentação. Acreditamos que é possível”, disse.

Segundo a responsável, uma das principais conclusões do estudo foi a de que as empresas já estão a “apresentar estratégias” para a economia circular, um setor que representa “um bom investimento”. Mesmo “as grandes marcas mundiais” estão todas “nesta direção”, disse.

A conferência, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, juntou responsáveis nacionais e internacionais que procuram uma melhor gestão dos recursos do planeta, que passa pela valorização e extensão do tempo de vida dos produtos.