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Pentágono considera enviar mais alguns milhares de militares para o Médio Oriente

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O Pentágono está a considerar enviar mais alguns milhares de militares para o Médio Oriente para enfrentar o Irão, disse um responsável do Ministério de Defesa norte-americano na quinta-feira, sem adiantar muitos pormenores.

O subsecretário da Defesa John Rood, ouvido no Congresso, indicou que o secretário de Defesa, Mark Esper, “pretende fazer alterações” no número das tropas destacadas na região, acrescentando que os Estados Unidos “observam o comportamento do Irão com preocupação”.

“Continuamos a observar o nível da ameaça e temos a capacidade para adaptar rapidamente a nossa presença”, afirmou.

Rood foi questionado várias vezes sobre informações do diário Wall Street Journal de um possível destacamento de mais 14.000 militares - o que duplicaria o número de militares enviados pelo exército norte-americano para o Médio Oriente desde a primavera -- e respondeu que Esper ainda não tinha tomado a decisão.

Segundo a agência norte-americana Associated Press, Rood não confirmou nem desmentiu especificamente aquele número.

Um responsável norte-americano que não quis ser identificado indicou à agência France Presse que o chefe do Pentágono considerava enviar entre 5.000 e 7.000 tropas suplementares para o Médio Oriente.

O responsável não especificou para onde as forças poderão ser destacadas, nem quando, indicando que o envio é em retaliação aos ataques de interesses norte-americanos por grupos ligados ao Irão nos últimos meses.

Desde a chegada de Donald Trump à presidência em 2017, as tensões entre os Estados Unidos e o Irão não deixaram de subir e Washington impôs duras sanções económicas contra Teerão, que enfrentou recentemente grande contestação no país.

Em setembro, os Estados Unidos responsabilizaram o Irão por bombardeamentos contra instalações petrolíferas estratégicas na Arábia Saudita, o que foi desmentido pela República Islâmica.

Os Estados Unidos estão também preocupados devido a ataques contra bases no Iraque, abalado desde 1 de outubro por manifestações contra o custo de vida e a ingerência estrangeira, particularmente do vizinho Irão.

A discussão sobre o destacamento de tropas ocorreu no mesmo dia em que o enviado dos Estados Unidos para o Irão, Brian Hook, acusou as forças de segurança iranianas de matar centenas de pessoas, talvez mais de 1.000, na repressão dos protestos do mês passado.