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Militares venezuelanos detidos no Brasil pedem estatuto de refugiados

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Os cinco militares venezuelanos detidos numa reserva indígena iniciaram o processo para pedirem o estatuto de refugiados no Brasil, informou no sábado o Governo brasileiro.

Na nota do Governo brasileiro é referido que os militares foram detidos no âmbito da “Operação Acolhida”, iniciada há quase dois anos quando o Brasil intensificou o patrulhamento na região de Roraima, que fica na faixa de fronteira com a Venezuela.

A informação surge depois de, também no sábado, o Governo de Nicolás Maduro ter anunciado que ativou os “trâmites diplomáticos” para solicitar ao Brasil a entrega de cinco militares venezuelanos retidos no estado de Roraima, acusados de assaltar um quartel militar no sul da Venezuela.

A Venezuela afirma que os militares são “desertores” das Forças Armadas e que são responsáveis pelo ataque, em 22 de dezembro, a uma instalação militar em Gran Sabana, que terminou com a morte de um oficial e o roubo de 120 espingardas de assalto e nove lança-granadas.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil referiu que os militares venezuelanos foram detidos pelo Exército na reserva de São Marcos. Estavam desarmados e foram conduzidos até Boa Vista, capital do estado de Roraima, para serem interrogados.

Esta semana, o Governo de Maduro já tinha acusado o Brasil, Colômbia, Peru e Equador de “facilitarem a movimentação e o treino” deste grupo de militares, o que foi rejeitado quase de imediato por estes países.

O Governo brasileiro, liderado por Jair Bolsonaro, critica Nicolás Maduro, acusando-o de ser responsável pela crise na Venezuela, que é evidenciada pela escassez cíclica, hiperinflação e pelo êxodo da população que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima em mais de quatro milhões de pessoas.

Segundo dados oficiais, mais de 220.000 venezuelanos residem atualmente no Brasil e cerca de 500 entram no país todos os dias, a maioria através do estado de Roraima.