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Costa despede-se da Índia com visita a empresa portuguesa com tecnologia modelo

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O primeiro-ministro despediu-se hoje da Índia com uma deslocação ao local do aeroporto internacional de Nova Deli onde a empresa portuguesa “Vison Box” desenvolve um projeto piloto para instalação de tecnologia de identificação facial biométrica.

Durante esta breve visita, António Costa foi convidado pelos responsáveis da empresa portuguesa a simular os poucos passos ao nível do controlo de segurança que um passageiro tem de dar até entrar no avião, se o aeroporto estiver equipado com essa tecnologia de reconhecimento facial.

Nesta simulação, o primeiro-ministro chegou à porta do aeroporto e logo à entrada passou o seu cartão de embarque numa máquina de leitura facial e de dados. E até ao fim não teve de se sujeitar ao controlo do passaporte.

“Esta é uma grande mensagem para as empresas e para a engenharia portuguesa. Uma empresa tecnológica pode ganhar concursos na Índia”, sustentou o primeiro-ministro, que deixou também um apelo ao conjunto do setor empresarial nacional sobre “as oportunidades abertas” pelo mercado indiano.

“As nossas empresas não têm de ter medo de um país com a escala da Índia. Pelo contrário, vale a pena investir. A Índia é um país com um dos crescimentos económicos mais fortes do mundo. Vai ser provavelmente o segundo maior país do mundo nas próximas décadas. Só em matéria aeroportuária, a Índia tem neste momento em desenvolvimento cem novos aeroportos”, salientou o líder do executivo português.

A Índia é um dos cinco mercados mundiais de aviação com maior crescimento nos últimos anos, devendo atingir os 442 milhões de passageiros em 2035.

Neste incentivo que transmitiu às empresas portuguesas para apostarem no mercado indiano, António Costa dirigiu-se em particular ao setor tecnológico - um setor “onde a escala do país, ou a posição geográfica de origem, não são fatores de peso”.

“A partir de Portugal, temos a capacidade de produzir estes serviços para qualquer ponto do mundo, qualquer que seja a dimensão do país para o qual estamos a trabalhar”, justificou o primeiro-ministro.

A “Vision Box” tem sede em Lisboa e é considerada uma das empresas de referência no fornecimento de soluções eletrónicas de identificação, gestão de segurança inteligente e sistemas de controlo automatizados. Em 2018, segundo dados da própria empresa, registou um volume de negócios na ordem dos 35 milhões de euros.

Na Índia, começou por ganhar no início de 2018 um contrato para fornecimento de equipamentos de registo e reconhecimento facial para o aeroporto de Bangalore - projeto que ficará concluído nos primeiros meses de 2020. Em Nova Deli, no local visitado por António Costa, está já a desenvolver um projeto piloto e tem no horizonte a possibilidade de alargar as operações a mais dois aeroportos na Índia: Cochim e Hyderabad.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Pinto, diretor chefe da “Vision Box” para as operações da Índia, recusou a ideia de a sua empresa estar a efetuar neste subcontinente um investimento de risco.

“Ao início houve alguma preocupação face à dimensão e complexidade do mercado, mas com paciência conseguiu-se entrar nos negócios na Índia, ganhando concursos e colocando tecnologia sem ter um risco associado elevado nesses projetos”, disse.

De acordo com este responsável, até agora, a experiência da empresa portuguesa no mercado da Índia “tem sido muito positiva, tanto em Bangalore, como no aeroporto internacional de Deli”, o décimo maior do mundo.

“Temos planos para continuar a investir, desenvolvendo as nossas soluções neste mercado”, acrescentou.