O ex-árbitro internacional Marco Ferreira teceu duras críticas aos árbitros que desempenham funções no VAR, considerando que estes não têm qualidade ou competência para desempenharem tais funções.

Num texto publicado na sua página do Facebook, o madeirense começou por elogiar a “mudança de mentalidade na arbitragem portuguesa, que é bem visível todas as jornadas”. Uma mudança que não está a ter os devidos efeitos por causa dos ‘velhos do Restelo’. “Novos valores aparecem à medida que as antigas referências optam por um refúgio mais cómodo longe dos relvados. A tecnologia VAR é vista como a única tábua de salvação para continuar a fazer carreira na arbitragem. A despromoção já não é o ‘bicho papão’ que pairava na cabeça dos Árbitros, é simplesmente uma passagem do ‘inferno’ para o ‘paraíso’ sem necessidade de ‘confissão’. A criação do quadro para a função de VAR não assenta na qualidade nem na competência, critérios comuns em todas as selecções, mas sim em critérios pouco compatíveis com a importância da função. Seleccionar simplesmente por não ‘haver outros’ é abdicar da qualidade valorizando a necessidade e isso trouxe repercussões negativas”, refere.

Para o ex-árbitro existe “neste momento uma ascensão de árbitros jovens que acrescentam qualidade” mas, em sentido inverso, opina que no vídeo-árbitro, “uma função tão ou mais importante”, “está a ser preenchida sem a meritocracia que se exigia”, considerando ainda que “nos últimos anos a arbitragem abdicou do ‘poder do mérito’ curvando-se perante os poderes dos regulamentos feitos à medida dos clubes”.

“O poder da arbitragem tem de ser entregue ao sector, soltar as amarras dos regulamentos propostos e aprovados pelos clubes é a medida mais urgente a ser tomada”, defende.