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Portugal e Brasil trabalham em conjunto no ramo da ciência aberta

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A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior portuguesa participou ontem, virtualmente, no 1.º Encontro CAPES de Ciência Aberta, em Brasília, onde abordou a experiência portuguesa e destacou a renovação de um memorando de entendimento com o Brasil.

“Muito recentemente, Portugal e o Brasil renovaram o seu memorando de entendimento, alargando à ciência aberta, com o apoio explícito no desenvolvimento destas infraestruturas. Portanto, é assim que nós sonhamos colocar os repositórios digitais em rede, porque assim serão muito mais fortes”, afirmou Maria Fernanda Rollo.

No encontro, dedicado à temática da ciência aberta e dos repositórios digitais, estiveram em análise questões relacionadas com o acesso aberto a conteúdos científicos, divulgação e avaliação de produção intelectual e ferramentas de repositórios.

Maria Fernanda Rollo realçou ainda a importância de colocar a ciência aberta como critério de avaliação na comunidade científica, para que esta possa ganhar uma maior relevância.

“Enquanto a avaliação não contar e não exigir o acesso aberto, na comunidade científica ele não vai acontecer. Por isso, este é um passo fundamental, que é incluir o respeito pela ciência aberta (...) como critério de avaliação”, disse.

A secretária de Estado portuguesa adiantou que “os pesquisadores, sabendo que a pesquisa só vai ser financiada se estiver em acesso aberto, acabarão por cumprir”.

Maria Fernanda Rollo falou também da importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) nas relações com Portugal, a nível científico.

“Estamos a trabalhar a nível do país, estamos a trabalhar, evidentemente e estritamente, com o contexto europeu, estamos a trabalhar em diversas dinâmicas internacionais de uma forma global e depois temos um eixo de trabalho, que é para nós absolutamente determinante e que nos aproxima como países, que é estarmos ligados aos países de língua portuguesa. É para nós um eixo fundamental e estruturante”, salientou.

O encontro contou ainda com a participação de vários especialistas, entre eles, o português Eloy Rodrigues, diretor dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho.

Em entrevista à agência Lusa, Eloy Rodrigues apontou os projetos futuros entre Portugal e o Brasil no âmbito da ciência aberta.

“Nesta área do acesso aberto, temos uma relação muito forte, já com quase dez anos. Tem havido esta cooperação entre Portugal e Brasil e, como a secretária de Estado referiu, foi agora assinada uma nova versão do memorando de entendimento que já existia há alguns anos neste domínio da ciência aberta e que vem ainda reforçar esta relação”, assegurou.

Segundo Eloy Rodrigues, com este novo memorando vai começar a ser trabalhada a área dos dados de investigação.

O diretor dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho sublinhou ainda a importância da formação para que os investigadores, portugueses e brasileiros, consigam colocar em prática a ciência aberta.

“Como partilhamos a mesma língua, podemos desenvolver programas de formação em conjunto, e penso que isso é uma das coisas que está pensado”, disse o diretor português.

Já Talita Oliveira, coordenadora geral de atividades de apoio à pós-graduação do CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), assinalou que o Brasil tem beneficiado da experiência transmitida por Portugal no campo da ciência aberta.

“Temos evoluído bastante nessa troca de experiências e aprendendo bastante com a experiência portuguesa”, afirmou Talita Oliveira.