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Áustria insiste na criação de centros de desembarque fora da UE

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O ministro do Interior austríaco, Herbert Kickl, pediu hoje empenho na criação de “plataformas de desembarque” em África de migrantes resgatados do Mediterrâneo, acusando o comissário europeu das Migrações, Dmitris Avramopoulos, de “baixar os braços” prematuramente.

O projecto de criação de centros fora da União Europeia (UE) foi proposto em Junho com o objectivo de manter fora da UE os migrantes e fazer nesses centros a triagem dos que reúnem condições para pedir asilo na Europa e dos que não.

Numa entrevista ao jornal austríaco Die Presse publicada hoje, o comissário europeu considerou a ideia “praticamente impossível” porque “nenhum país desse lado do Mediterrâneo aceitou a criação de tais plataformas até à data”.

“Eu deixo o pessimismo para os outros”, afirmou o ministro austríaco, do partido de extrema-direita FPÖ, no segundo dia de uma conferência europeia sobre a gestão dos fluxos migratórios em Viena.

“Esta ideia tem cerca de dois meses e o comissário europeu já baixou os braços”, criticou, qualificando as declarações de Avramopoulos de “mau sinal”.

Desde a cimeira de Junho, a UE pediu ao Egipto, Tunísia e Marrocos para receberem voluntariamente tais centros, mas todos três recusaram.

Apesar da importante redução do número de migrantes que chegam às costas europeias depois do ponto mais alto da crise, em 2015, as migrações continuam a provocar fortes tensões na UE e a questão deve estar no centro da cimeira europeia de 19 e 20 de Setembro em Salzburgo, na Áustria, que exerce este semestre a presidência rotativa da UE.