Desporto

Alarcón volta a ser rei na Senhora da Graça e tem vitória na mão

Ciclista espanhol da W52-FC Porto foi o primeiro na penúltima etapa da Volta a Portugal

Homenagem de Alarcón ao companheiro de equipa Rui Vinhas.   Foto Tony Dias/Global Imagens
Homenagem de Alarcón ao companheiro de equipa Rui Vinhas. Foto Tony Dias/Global Imagens

O espanhol Raúl Alarcón (W52-FC Porto) colocou hoje praticamente um ponto final na luta pela 80.ª Volta a Portugal em bicicleta, ao conquistar, pelo segundo ano consecutivo, a Senhora da Graça.

À semelhança do que aconteceu em 2017, Alarcón triunfou no topo do Monte Farinha, em Mondim de Basto, e, após a penúltima etapa, que partiu de Felgueiras (155,2 quilómetros), ficou a 17,3 quilómetros da segunda vitória na Volta a Portugal, a distância do contrarrelógio de Fafe, no domingo.

Com a W52-FC Porto a mostrar pela primeira vez a força de anos anteriores e sem ameaças dos mais diretos adversários, Alarcón acabou por atacar no quilómetro final e deixou para trás toda a concorrência para somar a terceira vitória nesta edição.

Na chegada à Senhora da Graça, Alarcón, que gastou 4:22.47 horas, ganhou cinco segundos ao português Edgar Pinto (Vito-Feirense-Blackjack), sete ao espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano) e nove ao também luso Jóni Brandão (Sporting-Tavira).

“É espetacular vencer na Senhora da Graça, tantas pessoas, tanta gente a dar apoio a todos os ciclistas. É impressionante vencer pelo segundo ano consecutivo”, disse o espanhol.

Com apenas o contrarrelógio final por disputar, o valenciano tem 1.01 minutos de vantagem sobre Jóni Brandão, 1.48 sobre García de Mateos e 2.03 sobre Edgar Pinto.

Ao cortar a meta, Alarcón fez um ‘V’ com as mãos, não para festejar já o triunfo final, mas para dedicar este triunfo ao companheiro de equipa Rui Vinhas, que sofreu um violento acidente da quinta etapa, mas conseguiu recuperar e tem ajudado a equipa.

“Foi o V de Vinhas. Veio a puxar muito, quase 80 quilómetros. Agradeço-lhe muito. Esta vitória é para ele e também para toda a equipa, mas, sobretudo, para o meu irmão Vinhas”, referiu.

O ataque final do dorsal número um no quilómetro final acabou por impedir o português David Rodrigues de vencer a etapa, depois de ter andado mais de 70 quilómetros isolado na frente da corrida.

O ciclista da Rádio Popular-Boavista integrou a fuga do dia, de 13 ciclistas e que se formou antes dos 25 quilómetros, mas na primeira subida do dia atacou e deixou toda a gente para trás, passando na frente dos dois primeiros prémios de montanha de primeira categoria, até ser apanhado a 250 metros do final.

Com três contagens de montanha de primeira categoria dentro dos 80 quilómetros finais, esperavam-se ataques à liderança de Alarcón, mas, apesar de ter passado várias vezes pela frente do pelotão, o Sporting-Tavira nunca conseguiu isolar o camisola amarela, que, à entrada para a subida final, ainda tinha cinco companheiros de equipa.

A nova e dura subida para o Barreiro também não fez diferenças significativas, com um pelotão ainda bastante numeroso a entrar em Mondim de Basto, onde como sempre era esperado por uma multidão.

Na subida, o Sporting-Tavira voltou a encabeçar o pelotão, mas acabou por ser a W52-FC Porto a tomar conta da corrida, acelerando o ritmo, sem se ‘assustar’ com os ataques dos ‘leões’ Alejandro Marque e Frederico Figueiredo, rapidamente anulados.

Os ‘dragões’ foram aumentando o ritmo da subida, até a um primeiro ataque de García de Mateos, cuja única consequência foi deixar os quatro primeiros da geral juntos na perseguição a David Rodrigues, até ao ataque vitorioso de Alarcón.

Além de ter a amarela quase assegurada, Alarcón sabe já que será o rei da montanha, enquanto García de Mateos confirmou o triunfo na classificação por pontos e o espanhol Xuban Errazkin (Vito-Feirense-Blackjack) tem larga vantagem como o melhor jovem.