A Venezuela iniciou hoje o Registo Nacional de Transporte (RNT), através do Cartão da Pátria, para segundo o Governo permitir o acesso a combustíveis a preços subsidiados pelo Estado e a pneus e peças de reposição para viaturas.

A oposição contesta o registo que diz será usado para racionar combustível, tendo em conta as dificuldades de produção local da empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA).

O registo em causa é ainda contestado pela oposição que considera tratar-se de uma maneira de forçar a população a inscrever-se no Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), uma vez que é aquela organização que atribui o Cartão da Pátria.

Apesar da polémica a vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou hoje que o registo se iniciou se problemas e que já tem uma média de 248 registos por minuto.

O RNT, que deve incluir todos os proprietários de viaturas, foi anunciado no passado sábado pelo Presidente Nicolás Maduro que, durante o apagão de terça-feira, reafirmou ser obrigatório para aceder à gasolina a preços subsidiados.

Este registo tem lugar em momentos em que o PSUV debate um possível aumento dos preços dos combustíveis no país, estando sobre a mesa a possibilidade de fazer um aumento progressivo ou passar a aplicar preços internacionais.

O partido da oposição Vontade Popular (VP) já alertou que se trata de um mecanismo de controlo que ocasionará mais problemas no país.

O dirigente do VP, Yon Goicoechea, disse hoje aos jornalistas que “o problema de fundo é a possível escassez de gasolina, devido à crise na PDVSA”.

Vários líderes da oposição venezuelana estão a pedir à população que não se inscreva no RNT.

Hoje, o parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, acusou o Governo de Nicolás Maduro de “discriminar” a população ao exigir que tenha o Cartão da Pátria para poder aceder ao combustível, o que implica registar-se no partido do Governo.