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A saúde não tem modas

Mas há pessoas que ainda põem em causa a vacinação obrigatória ... porque lêem artigos reveladores de complicações, atribuídas ás vacinas - como o autismo - cuja relevância, credibilidade e até idoneidade, são muito relativas e pouco confiáveis

Tenho acompanhado com atenção, aquilo que se escreve e diz sobre algumas doenças de origem viral, fácilmente evitáveis, e portanto estou a referir-me ás vacinas. Conhecemos a terminologia A. C. ou a D. C. ... ou seja, antes de Cristo e depois de Cristo ... para quem já não se lembra. E temos também o A. V. e o D. V. que é, antes das Vacinas e depois das Vacinas! Mas, as pessoas lembram-se bem melhor de algumas coisas, do tempo antes de Cristo ... porque lêem em revistas e vêem a informação nos filmes na época da Páscoa ... mas desconhecem ou não ligam ao período referente ao antes das Vacinas. Desconhecem ou esqueceram que se irradicaram doenças com o desenvolvimento e divulgação do sistema vacinal! Desconhecem ou esqueceram a quantidade de pessoas que morreram ou ficaram incapacitadas definitivamente, por algumas doenças virais em forma epidémica, hoje perfeitamente evitáveis! Mostrando alguns números referentes ao nosso país, sabemos que entre os anos 1956 e 1965, houve 5271 óbitos por doenças para as quais existiam vacinas. E entre 2006 e 2015, faleceram apenas 23 pessoas, motivadas por esse mesmo tipo de doenças! Hoje, em Portugal, a cobertura vacinal anda á volta dos 99%, quando em 2001 era já de 94%. Referenciando as grandes vitórias contra as doenças infecto-contagiosas, começo pela varíola, que foi irradicada no Mundo ... e, a poliomielite, o sarampo, a rubéola e o tétano neo-natal, estas, doenças que foram eliminadas na Europa. Estes exemplos de notícias, dão-nos um panorama muito agradável e muito verdadeiro, do bom serviço sanitário que as vacinas representam. Mas há pessoas que ainda põem em causa a vacinação obrigatória ... porque lêem artigos reveladores de complicações, atribuídas ás vacinas - como o autismo - cuja relevância, credibilidade e até idoneidade, são muito relativas e pouco confiáveis. Mas, sinto a obrigação em referir um caso recente ocorrido em Portugal, que se passou com uma jovem, a qual contraiu uma doença viral - não sendo portadora da respectiva vacina, por decisão familiar ... situação que acabou de uma forma muito desagradável e trágica - com o seu falecimento prematuro, o qual seria tão fácilmente evitável. E a Justiça, achou melhor não fazer “justiça” ... considerando que a família já teria sido muito penalizada, pela fracturante situação criada. E também, se bem se lembram, em Maio de 2009, surgiu em Portugal um surto gripal novo, a gripe A - transmitida pelo virus H1N1 - importada provávelmente do México, onde foi diagnosticada inicialmente - havendo relatos e opiniões de algumas pessoas com responsabilidade na área da saúde europeia, que declararam considerar um falso problema de Saúde Pública - suspeitanto até do interesse económico dos laboratórios norte-americanos para fabricar uma nova vacina, resultando assim lucros fabulosos. Esta gripe, com vacinas disponíveis, desde há 9 anos, afinal provocou imensas complicações graves, pulmonares e cardíacas e também 122 mortes só no nosso país, em poucos meses do primeiro ano.

A iliteracia é uma falha técnica das pessoas - sem querer fazer referência á sua causa ou origem! Há todo o tipo de informação disponível, no Mundo, e há toda a disponibilidade dos profissionais de saúde, para informar. Mas há por outro lado, umas pessoas que são do “contra”, que sabem “tudo” e que aceitam, admitem e defendem informações contraditórias. E como acham saber de tudo, pensam e agem, pelas suas cabeças ... e depois “metem água”, pela ignorância gratuita que demonstram. Ninguém tem o direito de decidir e assim desproteger, um descendente directo, actuando negligentemente. Então, quando acontece estar-se a correr risco de provocar a morte, nem se fala! E depois, também a comunicação social - que de vacinas não percebe nada ... nem tem nada de perceber - fala duma “moda” muito recente, em não querer vacinar as crianças. Como se se tratasse daquela moda do penteado “bonito” do Ex.mo Sr. Presidente da Coreia do Norte! Que por acaso só ele próprio o pode usar no País! Mas qual moda? Acho mesmo que a frase: - “Já és maior e vacinado”! ... servirá ás mil maravilhas para transferir toda a responsabilidade dos actos, ás pessoas que os praticam, pagando depois perante a Justiça por qualquer crime, voluntáriamente cometido. Também parece estar na moda as vitaminas, ou melhor dizendo, têm uns ciclos alternativos de moda e volta e meia falam-se delas. E agora, é o cálcio que está na moda, que evita a osteoporose, reforça os ossos e tira as dores articulares! Então, afinal, será aos 75 anos de idade, que se vai fazer a prevenção da osteoporose e tomar cálcio, a meu ver, em excesso - como se aconselha na televisão portuguesa?

A saúde tem um preço muito alto, ás vezes variável, outras vezes, até impossível em ser pago, ... porque, afinal. chegou o fim da vida. E ninguém tem o direito de decidir pelo parceiro do lado, mais ainda se for filha ou filho ou dependente directo, económicamente falando.

As vacinas são, sem qualquer dúvida, uma das maiores glórias da Saúde Pública mundial, na luta contra muitas doenças virais, altamente contagiosas e fácilmente mortais. Culminando - passados largos anos de trabalho árduo no terreno - com a irradicação e eliminação de algumas delas, como já aqui referi.

As modas são para as roupas, p´ro calçado, os penteados, para os adornos, as dietas e ... para as religiões! E, quem estuda as doenças e os seus tratamentos são cientistas, que confirmam durante largos anos, a eficácia de todas as novas moléculas que irão originar os novos medicamentos! Que devem estar acima de qualquer suspeita!

Por outro lado as vacinas, evitam doenças virais, e, para serem eficazes devem ser realizadas nas alturas adequadas. Quem não as faz, está a cometer um atentado para com a sociedade onde habita! Ponto final!

P.S.: P.S. Afinal, os incêndios têm mão criminosa ... investigou a TVI! Mas ainda alguém duvida disso?