Iraque, Turquia e Irão voltaram a apelar às autoridades do Curdistão iraquiano para anularem o referendo sobre independência previsto para segunda-feira e ameaçaram concertar medidas de represália se a consulta for avante.

Os chefes das diplomacias dos três países reuniram-se na quarta-feira à margem da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, e no encontro reiteraram a sua “oposição inequívoca ao referendo” no Curdistão iraquiano, segundo um comunicado divulgado hoje de manhã pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia.

No texto, os ministros afirmam ter decidido “exortar as autoridades do Curdistão iraquiano a renunciar ao referendo” e insistem na “necessidade de esforços internacionais concertados para convencer [as autoridades curdas iraquianas] a anular” a consulta.

O texto refere ainda que os três ministros estão de “acordo em prever medidas de retaliação coordenadas”.

“O referendo [...] pode comprometer os ganhos dificilmente obtidos pelo Iraque [na luta] contra” o grupo extremista Estado Islâmico e “provocar novos conflitos na região”, afirmam no comunicado.

Além do Iraque, a Turquia e o Irão estão entre os países que mais vezes têm afirmado publicamente a sua oposição ao referendo, uma vez que contam importantes comunidades curdas nos seus territórios.

A ONU, os Estados Unidos, a Alemanha, a França e o Reino Unido, entre outros, também se têm pronunciado contra o referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano.