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Que impere a racionalidade

Após muitos anos a representar e colaborar com o PS-M, as eleições regionais de 2015 proporcionaram-me a possibilidade de ter uma participação política ativa enquanto deputada eleita para a assembleia legislativa regional. Este facto foi possível por vontade da anterior direção do PS, liderada pelo Victor Freitas, que me honrou com o terceiro lugar na lista à assembleia.

Logo após, despoletou-se a realização de um congresso, que elegeu o Carlos Pereira como presidente do PS-M, tendo eu então decidxido filiar-me no partido em cuja carta de princípios me revia. O Carlos convidou-me para ser vice-presidente do PS-M e eu, considerando ser uma honra o convite, aceitei, pois, a imagem que eu tinha construído dele, enquanto cidadã, era de um homem dedicado à causa pública, um político arguto e incansável, um lutador destemido contra um sistema que oprimia e comprometia financeiramente o futuro dos madeirenses. Revia-me, portanto, na sua liderança, verificando de perto a sua capacidade de trabalho e energia que aplica nas suas funções diárias em benefício dos madeirenses, quantas vezes com prejuízos pessoais.

Não obstante a legitimidade democrática e estatutária dos seus militantes se virem a candidatar à liderança do partido, a verdade é que o Carlos Pereira demonstrou ser uma pessoa comprometida, responsável e empenhada no sucesso do PS-M, dando-lhe credibilidade reconhecida em toda a Madeira. O momento agora, perante a fragilidade do PSD e do Governo, seria de serenidade, de unidade e de preparação para novos desafios, em torno de um líder que já demonstrou capacidade política, estratégica e técnica, dominando os principais dossiers do governo.

Porém, e porque a política é feita por pessoas, com pessoas e para as pessoas, não é apenas matéria de razão, mas também de emoção, a dialética política instalou-se dentro do PS mais uma vez, repetindo-se a história de trazer para a esfera pública os motivos da discórdia. Nós, socialistas, temos agora um desafio que exige grande responsabilidade, por isso estou certa de que saberemos encontrar mais argumentos que nos unem do que aqueles que nos separam. Que a razão impere!