Artigos

Imoralidade, ganância e incompetência

Incompetências

São tantos os casos de incompetência, imoralidade e ambição de poder que o mais difícil mesmo é saber por onde começar.

Os Bancos quando apresentam resultados financeiros positivos dividem pelos acionistas, quando os resultados são negativos dividem-nos pelos clientes e pelos contribuintes. Por muito que os Governos expliquem (enrolem) não conseguimos perceber como é que em 10 anos, entre 2007 e 2017, os apoios concedidos à Banca totalizaram 17 mil milhões de euros, sendo que, à conta disto, Portugal teve um saldo negativo de 9.1 % no PIB e um total acumulado de 12,3% do PIB na dívida pública. Como prémio os gestores bancários aposentam-se com chorudas pensões. Por muito que nos sacrifiquem não há impostos que aguentem este descalabro.

Subsídios imorais

Os subsídios das viagens dos deputados insulares, na A. da República revela-se uma novela onde os protagonistas tentam interpretar o guião à sua maneira mas nenhum consegue explicar a falta de moral daqueles que o povo elegeu para defender a moralidade de uma causa nobre, a política. Na verdade não são apenas os deputados os culpados já que a Assembleia da República e as Assembleias Regionais também são coniventes. Vamos por partes, a A. da República legisla e depois são os deputados que votam as propostas os quais sabem que irão, mais tarde, ser beneficiados por elas. Com o Estatuto Politico Administrativo das regiões autónomas passa-se a mesma coisa conferindo aos deputados a faculdade de serem juízes em causa própria sem estarem sujeitos à fiscalização das leis gerais do trabalho regendo-se apenas pelo seu próprio Estatuto cujo limite é a Constituição . Só assim se compreende que nunca apareçam culpados para estes casos de promiscuidade e falta de pudor que só agora foi descoberto mas há muitos anos que é praticado. Só assim se compreende que altos cargos políticos do país se escudem no Tribunal Constitucional para justificar a moral de uma enorme imoralidade que salta à vista do comum cidadão. Pergunta-se; quem julgará esta pouca vergonha, quais serão as consequências por esta prática imoral durante todos estes anos? Como sempre não haverá culpados, estão todos protegidos pela alínea “Y” do artigo “X” das leis deste país tão condescendentes com os fortes mas extremamente severas com os fracos.

Ganância das companhias aéreas

As companhias aéreas TAP, EasyJet e Transávia que asseguram a nossa tão badalada mobilidade entre a Madeira e o Continente decidiram, este mês, mostrar-nos a sua força mandando os ilhéus às urtigas como que a mostrar que temos que andar pianinho porque os aviões são deles e a nós cabe-nos apenas pagar os vergonhosos preços das passagens. Deixaram os passageiros sem voos, sem alojamento e sem explicações durante vários dias com todas as consequências negativas que isso acarretou mas até hoje não deram uma justificação plausível nem, que eu saiba, assumiram responsabilidades. Juro que nunca percebi, e continuo a não perceber que sendo o Governo o maior acionista da TAP com 50% do capital nem sequer tem autoridade para impor que a linha entre as regiões autónomas sejam reguladas pelo Estado para acabar com esta roubalheira. Quer dizer o Estado tem 50% da companhia, certamente injecta capital quando necessário e depois gasta 50 ou 60 milhões/ano a subsidiar as passagens dos ilhéus. Negócios destes são mesmo difíceis de entender. Por sua vez Dr. Albuquerque afirma que os madeirenses nunca viajaram tanto e tão barato mas esquece-se que os milhões de subsídios pagos às transportadoras saem dos contribuintes mesmo aqueles que não viajam. Estou certo que mesmo que entrem mais 2ou 3 concorrentes na linha Continente/ Madeira, enquanto as transportadoras chuparem na mama do subsidio, os preços dos bilhetes nunca irão baixar já que os disparatados aumentos nas épocas altas é apenas uma justificação rasca e sem cabimento. Sem subsídios julgo que apenas uma ínfima parte dos madeirenses teriam posses de ir a Lisboa e ai queria ver se as companhias iriam manter os preços a 400/500 euros para os aviões andarem vazios.

A Madeireira será o que os madeirenses quiserem

Após reler o que acabo de escrever veio-me à memória a célebre frase do Dr. Jardim nos seus tempos áureos, “a Madeira será o que os madeirenses quiserem. Ele deve estar agora em tempo de reflexão e já percebeu que, perante tanta incompetência e falta de honestidade política, a Madeira nunca será o que os madeirenses quiserem mas sim o que os políticos e os grandes “lobbys” ditarem, desde prisioneiros na ilha por companhias aéreas sem escrúpulos e reféns dos poderosos interesses económicos até à “novela” do novo hospital que até agora apenas tem servido para esgrimir argumentos políticos sem resultados práticos.

Piadas inusitadas

Muito haverá para comentar mas, por agora, deixo-vos com uma piada inusitada do Sr. Presidente do Governo Regional ao afirmar à comunicação social que se não fossem os nossos profissionais de saúde a trabalhar no Reino Unido o sistema de saúde britânico entrava em colapso. Para quem não sabe o peso da mão d’obra dos enfermeiros portugueses no Reino Unido é de 1,7 % ante uma esmagadora maioria de 84% dos britânicos. Piadas!