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Venezuelanos residentes no México pedem à OEA para pôr fim à crise

Foto Carlos Jasso/Reuters
Foto Carlos Jasso/Reuters

Cerca de cem venezuelanos residentes no México protestaram hoje em vários pontos de Cancún para pedir à Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) que intervenha para pôr fim à crise humanitária no seu país.

“Pedimos à OEA que não nos deixe sós e que se inteire da situação que a Venezuela vive. Há que intervir, abrir um canal humanitário e libertar presos políticos”, disse à agência espanhola Efe o venezuelano Carlos Gutiérrez, à saída do Aeroporto de Cancún, onde aguardava a chegada da comitiva da OEA.

Nesse local, uma centena de pessoas protestava com cartazes em que se lia “OEA, a Venezuela depende de ti” e “A vossa cumplicidade, a nossa escravidão”.

A estância balnear de Cancún, no sudeste do México, será palco da 47.ª Assembleia-Geral da OEA de segunda a quarta-feira.

Na segunda-feira, antes da inauguração oficial, vai realizar-se uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros sobre a crise da Venezuela, que dará seguimento ao encontro suspenso a 31 de maio por falta de acordo entre os países participantes na elaboração de uma declaração conjunta.

Gutiérrez, que vive há 24 anos fora do país, esclareceu que os manifestantes não fazem parte de qualquer organização social nem partido político, mas querem denunciar aquilo que definiu como “uma das maiores crises humanitárias da história da América Latina”.

Na reunião de MNE de segunda-feira, a médica venezuelana Adriana Alvez gostaria que se abrisse “um canal humanitário” para que cheguem medicamentos ao país.

A manifestante fez ainda votos de que não vá em diante a iniciativa da Assembleia Constituinte proposta pelo Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Quanto ao pedido de saída da Venezuela da OEA, que só se efetivará em 2019, Alvez considerou que a decisão do Governo de Maduro corresponde à sua intenção de se “auto-isolar” e esconder, assim, o seu “regime de caos e horror”, que comparou com o de Cuba.

“Pedimos à OEA que não nos abandone e cumpra as suas funções como deve ser, que nos apoie e ajude, porque a Venezuela precisa de ajuda humanitária”, acrescentou Betty Mora, uma cidadã venezuelana que abandonou o seu país pouco antes da chegada do chavismo ao poder.

Além do grupo que se concentrou no aeroporto, outros grupos mais pequenos de manifestantes venezuelanos juntaram-se em dois pontos da estrada entre o terminal e o Hotel Moon Palace, onde decorrerá a Assembleia-Geral, a reunião anual de mais alto nível da OEA.