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Justiça espanhola abre processos contra polícia e dirigentes catalães

No dia 20 de Setembro a detenção de 14 responsáveis do governo separatista desencadeou manifestações contra a polícia nacional em Barcelona. FOTO Reuters
No dia 20 de Setembro a detenção de 14 responsáveis do governo separatista desencadeou manifestações contra a polícia nacional em Barcelona. FOTO Reuters

A justiça espanhola abriu hoje processos contra o chefe da polícia da Catalunha e responsáveis independentistas, um dia depois do discurso crítico do rei contra os dirigentes catalães, que se dizem prontos a declarar a independência da região.

Depois do referendo, proibido, de domingo, marcado pela violência policial, Madrid e Barcelona travam um conflito que é considerado o mais grave desde o golpe falhado de 1981.

Encorajado pelo referendo, a greve geral e a manifestação contra a violência policial, que na terça-feira juntou 700.000 pessoas em Barcelona, o presidente do governo regional catalão, Carles Puigdemont, assegurou que se prepara para declarar independência “no final da semana ou no princípio da próxima semana”.

Puigdemont vai fazer hoje uma declaração institucional às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), transmitida pela televisão, segundo fontes da Generalitat (governo regional).

Os resultados provisórios do referendo, em que votaram apenas 42% dos 5,3 milhões de eleitores, são de 90% de votos favoráveis à independência, mas subsistem dúvidas quanto à transparência da votação e do escrutínio dada a natureza ilegal da consulta e as medidas tomadas para a impedir.

Hoje, a justiça de Espanha anunciou ter “convocado com vista a acusação formal” o chefe dos Mossos d’Esquadra (polícia regional catalã), Josep Lluis Trapero, uma sua adjunta e dois dirigentes de associações independentistas, no âmbito de um “inquérito por sedição”.

O inquérito diz respeito aos factos ocorridos a 20 de Setembro, quando a detenção de 14 responsáveis do governo separatista desencadeou manifestações contra a polícia nacional em Barcelona.

A polícia catalã é acusada de protelar a sua intervenção para libertar elementos da polícia nacional que estavam cercados num edifício onde realizavam buscas.

O código penal espanhol prevê que a sedição de um funcionário seja punida com pena até 15 anos de prisão.