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Italiana Marilena Nardi vence 13.º World Press Cartoon

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A italiana Marilena Nardi, com o desenho “Liberdade de expressão”, é a vencedora do Grande Prémio da 13.ª edição do World Press Cartoon (WPC), foi hoje anunciado nas Caldas da Rainha, na cerimónia de entrega dos prémios.

O cartoon, que retrata um homem transformado em tesoura falante, foi publicado no jornal basco “Illegal Times”, em dezembro de 2017, e valeu a Nardi o maior prémio do WPC, dez mil euros, fazendo dela a primeira mulher a ganhar o concurso, ao fim de 13 edições.

Ainda na categoria de Cartoon Editorial, o júri atribuiu o segundo prémio ao brasileiro Cau Gomez pela obra “Utopia”, publicada na revista brasileira “Continente”, e, o terceiro prémio, ao turco Hicabi Demirci, por um desenho sem título do autor, publicado pelo jornal “Pazar”.

Na cerimónia, o diretor do salão, o cartoonista António Antunes, sublinhou que, pela primeira vez, a organização admitiu cartoons publicados na Internet, uma vez que, “devido à crise generalizada da imprensa escrita, esta é, muitas vezes, a única via disponível para a realização profissional dos cartoonistas de todo o mundo”.

Na categoria da Caricatura, foram distinguidos o belga O-Seoker, autor de duas obras que retratam o presidente dos Estados Unidos da América, Donalt Trump, publicadas no site “Jyllands-Posten”, o holandês Endyck, pelo desenho publicado no site “Fenamizah”, e o indiano Thomas Antony, pelo cartoon do ex-presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, publicado no jornal indiano “Metro Vartha”.

Na categoria de Desenho de Humor, o primeiro prémio foi atribuído ao sérvio Nedeljko Ubovic, por uma obra sem título publicada em “Vecernje Novosti”, o segundo prémio foi para “Cemitério Paraíso” (”Super Notícia”), do brasileiro Silvano Mello, e o terceiro distinguiu “Zebra...Deixando a nossa marca na natureza”, do norueguês Fadi Abou Hassan (”Cartoon Movement”).

A vencedora, Marilena Nardi, nasceu em Chiampo, no Norte de Itália, em 1966, numa família de combatentes antifascistas e de resistentes à ocupação alemã, segundo a United Sketeches, associação internacional de cartoonistas para a liberdade de expressão.

Nardi é formada em Escultura, professora de desenho anatómico e de ilustração, na Academia de Belas Artes de Veneza, e venceu, entre outros prémios, o World Press Freedom Cartoon, em Otava, no Canadá, em 2013.

Colaboradora de jornais como Corriere della Sera, Diario, Borsa & Finanza, sobretudo no início da carreira, tem intensificado o trabalho com os satíricos The Misfatto, Il Ruvido, Fire, e com títulos como Barricate!, Il Fatto Quotidiano e L’Antitempo. É igualmente colaboradora das publicações ‘online’ Aspirina e Espoir.

As obras premiadas pelo 13.º World Press Cartoon, o mais prestigiado salão internacional de desenho de humor na imprensa, foram escolhidas pelo júri entre 281 caricaturas, cartoons editoriais e desenhos de humor selecionados, de 227 publicações de 54 países.

Ao prémio concorreram mais de 600.

Os 281 desenhos compõem uma exposição que está patente, entre hoje e 28 de julho, no Centro Cultural e de Congressos de Caldas da Rainha.

Os desenhos expostos foram selecionados por um júri internacional de cartoonistas que integrou, além do diretor do salão, o português António Antunes, também Rayma Suprani (Venezuela), Michael Kountouris (Grécia), Robert Rousso (França) e Saad Hajo (Síria).

O World Press Cartoon realiza-se nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, desde 2017, ano em que a iniciativa foi relançada, depois de não acontecer em 2016, por falta de patrocínios.

O certame, que tinha lugar em Sintra desde 2005, mudou-se em 2014 para Cascais e sofreu, em 2015, uma redução no valor monetário dos prémios, que ascendem a um total de 25 mil euros, levando a que a organização considerasse não haver condições para a sua manutenção.