Governo espanhol afirma que não responsabiliza Rússia por notícias falsas sobre Catalunha
A diplomacia espanhola afirmou hoje que não responsabiliza o Governo russo pela difusão de notícias falsas nas redes sociais sobre a crise na Catalunha, depois de Moscovo ter acusado Madrid de “histeria” antirrussa.
Na segunda-feira, o ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, Alfonso Dastis, disse no Conselho de Ministros da União Europeia, em Bruxelas, que “está provada” a intervenção russa na questão catalã e que há dados sobre como o tráfego de notícias falsas difundidas nas redes sociais depois do referendo sobre a independência da Catalunha, a 01 de outubro, passou por “redes situadas na Rússia e em outros países”.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou que há uma “histeria antirrussa no Ocidente”, o que “talvez se explique porque nas capitais dos países de onde chegam estas acusações, seja Madrid ou Londres, há problemas internos por resolver”.
O ministério dos Assuntos Exteriores espanhol veio hoje argumentar que “Espanha nunca acusou o Governo russo de estar por trás dos piratas informáticos”, salientando que o ministro só disse que a maioria das contas falsas a debitar informação falsa sobre a situação na Catalunha “estavam fisicamente localizadas em território russo”.
Alfonso Dastis não disse “que o Governo russo estava por trás” destas contas falsas.
Para Sergei Lavrov, a “histeria sensacionalista” das capitais ocidentais serve “para distrair a atenção dos eleitores da incapacidade [dos políticos] para resolverem os problemas internos”.
O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, salientou que “nem as autoridades espanholas, nem a NATO nem os meios de comunicação apresentaram qualquer argumento que dê credibilidade a essas acusações”.