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Estados Unidos querem Caracas fora da Organização de Estados Americanos

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O novo embaixador dos Estados Unidos junto da Organização de Estados Americanos (OEA) defendeu hoje que a Venezuela devia sair do organismo por não respeitar a democracia, nem os direitos humanos da população.

“Não sei como é que a Venezuela tem lugar na mesa. Na perspectiva dos Estados Unidos é algo que não se pode aceitar”, disse Carlos Trujillo aos jornalistas, à margem da cerimónia de posse no cargo, em Washington, perante o vice-Presidente norte-americano, Mike Pence.

De origem cubana, o novo embaixador afirmou que Caracas “não devia ser membro da OEA e não devia sair voluntariamente” da organização.

Na quarta-feira, a comissão preparatória da assembleia-geral OEA, que poderá debater “a situação da Venezuela” na 70.ª assembleia-geral, de 04 a 05 de Junho, em Washington.

O tema foi agendado pela comissão preparatória do encontro, mas deve ainda ser aprovado na primeira reunião plenária da assembleia-geral, disseram fontes da OEA.

O documento a pedir a inclusão do tema nos trabalhos da assembleia-geral foi assinado pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.

“Não deviam ser membros de uma organização que luta pela democracia e pelos direitos humanos”, reiterou Trujillo.

Trujillo lembrou que a 28 de Abril do ano passado, Caracas pediu para sair da OEA, o que deverá acontecer na mesma data, em 2019.

“Dizem que querem ir embora, mas continua a participar. Não pagam quotas, mas continuam e não dão sinais de ir embora”, frisou.

Segundo a imprensa venezuelana, em Abril de 2017 a Venezuela devia mais de 8,7 milhões de dólares (7,04 milhões de euros) à OEA.

O diplomata indicou ainda que a OEA está a trabalhar para apresentar uma resolução a condenar o Governo do Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, por não permitir a entrada de ajuda humanitária no país.

A crise na Venezuela dominou as duas últimas assembleias-gerais da OEA, em Santo Domingo e em Cancún (México), mas nunca antes esteve na agenda oficial das reuniões.

O Governo de Maduro decidiu pedir oficialmente a saída da OEA, algo sem precedentes na organização, em protesto por vários países-membros e o secretário-geral, Luís Almagro, terem debatido, sem o consentimento de Caracas, a crise no país.