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China condena sanções dos EUA devido à compra de armamento russo

FOTO Reuters
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O Governo chinês condenou hoje as sanções impostas pelos EUA contra a compra de armamento russo, que incluem o congelamento de activos do ministério chinês da Defesa, numa altura de fortes tensões comerciais entre Pequim e Washington.

“O gesto dos EUA viola seriamente os princípios fundamentais das relações internacionais e afecta gravemente as relações entre os dois países e os seus exércitos”, disse Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

Geng revelou que Pequim apresentou já um protesto formal a Washington.

“Exigimos aos Estados Unidos que corrijam este erro, imediatamente, e retirem as chamadas sanções, caso contrário, irão sofrer consequências”, alertou.

No mesmo dia, Moscovo acusou Washington de “brincar com o fogo” e ameaçar a “estabilidade mundial”.

Sobre a compra de armamento à Rússia, o porta-voz chinês lembrou que aquele país é “um parceiro estratégico” de Pequim.

A cooperação com Moscovo visa defender os “interesses legítimos de ambos os países” e a “paz e estabilidade regionais”, sem visar “nenhum país terceiro”, garantiu.

Washington impôs sanções contra o ministério da Defesa da China por comprar mísseis e aviões militares russos.

É a primeira vez que os EUA penalizam um organismo estrangeiro por manter negócios com a Rússia.

A administração de Donald Trump justificou a medida com a necessidade de aumentar a pressão sobre Moscovo e as suas “actividades malignas”.

As sanções financeiras atingem uma unidade chave do ministério chinês da Defesa, o Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos, e o seu director, Li Shangfu.

Em causa está a compra de aviões de caça Su-kh Su-35, no final de 2017, e equipamentos do sistema de defesa aérea russo S-400, no início de 2018.

A decisão surge numa altura de renovadas tensões entre Pequim e Washington, em torno de questões comerciais.